Nove meses depois da última partida, técnico brinca com ligação da esposa e vê reação com com passes do argentino e do novo lateral após primeiro tempo ruim
De
boné na beira do campo e até durante a entrevista coletiva, o técnico
Muricy
Ramalho atendia alguns torcedores após falar sobre o empate com o Ceará,
na Arena Castelão, por 3 a 3, com derrota nos pênaltis, quando ouviu um
antigo pedido na noite do seu retorno ao futebol.
Mancuello não bateu pênalti, segundo Muricy, pois saiu exausto. Tentou, além da letra, pelo menos um gol olímpico – em duas cobranças seguidas de escanteio. O argentino se soltou e surpreendeu Muricy, que já destacou guardar a vaga do jogador para quando Mancu estiver regularizado – o que só será possível a partir de 28 de janeiro.
- Muricy, você não pode me arrumar esse boné não? – pediu o
fã.
Observado por torcedores, Muricy conversa
com a esposa ao fim da coletiva de imprensa
(Foto: Raphael Zarko)
Educadamente,
o treinador lembrou que só tinha aquele e
negou a lembrança ao torcedor. Era um dos últimos a noite de reencontro
do treinador de 60 anos que não entrava num campo de jogo e vivia a
emoção de uma partida há nove meses. Desde abril de 2015, quando
se licenciou para cuidar da saúde, que o treinador não ia para beira do
campo.
Para quem estava há 22 anos nesta rotina, parecia uma vida realmente. E
foi
capaz de confundir até mesmo sua esposa Roseli, que ligou durante a
partida e até
durante a coletiva.
- Esqueceu que voltei a trabalhar? Já ligou 200 vezes – brincou Muricy ao
telefone, quando retornou a ligação após o atendimento aos jornalistas.
Em campo, as coisas saíram longe do ideal, é
verdade. E só melhorou mesmo quando o treinador fez sete alterações
na segunda etapa. Saíram os três estreantes do primeiro tempo – Rodinei,
Juan e Willian Arão – e entraram dois novos jogadores na segunda etapa. E foram
os dois "reservas" que se destacaram: Mancuello e Chiquinho.
No 1º tempo: time do Ceará fecha as portas
para a saída do Flamengo, que troca passes
devagar (Foto: Raphael Zarko)
O
lateral, com passagem pelo Fluminense e até gol pelo
Tricolor em Fla-Flu, já era conhecido - foi dele o passe para o gol de
Cirino, que já havia perdido antes uma chance feita em outra jogada de
fundo de Chiquinho (com passe de Mancu), mas se havia alguém que
precisava de uma
primeira impressão era o gringo. Ele
logo animou os torcedores na primeira vez que tocou na bola, dando passe
de letra
no meio de campo. Em seguida, com boa movimentação, mostrou visão de
jogo ao lançar para o gol
de Sheik. Ali, começou o início da reação do Flamengo. O gringo e
Chiquinho – além
de Marcelo Cirino, que fez um gol e iniciou a jogada do outro – foram o
que de
melhor houve na primeira partida do Rubro-Negro no ano.
Juan e Arão abaixo e lateral pouco efetivo
Mancuello não bateu pênalti, segundo Muricy, pois saiu exausto. Tentou, além da letra, pelo menos um gol olímpico – em duas cobranças seguidas de escanteio. O argentino se soltou e surpreendeu Muricy, que já destacou guardar a vaga do jogador para quando Mancu estiver regularizado – o que só será possível a partir de 28 de janeiro.
Mancuello sai da esquerda, recua e acha espaço
na defesa do Ceará em passe longo para Cirino
(Foto: Raphael Zarko)
O primeiro tempo foi marcado por falhas individuais no
Flamengo. Não é possível dizer que Juan errou no primeiro gol do Ceará, mas a
bola às suas costas, sem que o veterano alcançasse o adversário ou diminuísse
espaços para a sequência da jogada, deixou a torcida apreensiva com a brecha
para rivais explorarem a jogada em cima do zagueiro. Em seguida, não achou Bill
na frente da área e fez falta que o juiz não marcou. A melhor intervenção de Juan
não foi na defesa, mas quando subiu bem no ataque, ganhou no alto e cabeceou por cima em cobrança de córner.
Destaque na pré-temporada, Willian Arão só entrou na área
uma vez, quando recebeu de Guerrero e fazia boa jogada, que terminou com
Gabriel sendo travado. Mas no restante do primeiro tempo foi um dos jogadores
que ficou preso à marcação do Ceará e errou passes na saída de jogo e até
aberturas simples para Rodinei. O novo camisa 2 foi tímido na estreia. Foi na
ponta poucas vezes e não conseguiu ser efetivo.
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