sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

"Alô, amor?": Mancuello e Chiquinho salvam estreantes na volta de Muricy


Nove meses depois da última partida, técnico brinca com ligação da esposa e vê reação com com passes do argentino e do novo lateral após primeiro tempo ruim




Por
Fortaleza



De boné na beira do campo e até durante a entrevista coletiva, o técnico Muricy Ramalho atendia alguns torcedores após falar sobre o empate com o Ceará, na Arena Castelão, por 3 a 3, com derrota nos pênaltis, quando ouviu um antigo pedido na noite do seu retorno ao futebol.
- Muricy, você não pode me arrumar esse boné não? – pediu o fã.

Observado por torcedores, Muricy conversa com a esposa ao fim da coletiva de imprensa (Foto: Raphael Zarko)
Observado por torcedores, Muricy conversa 
com a esposa ao fim da coletiva de imprensa 
(Foto: Raphael Zarko)


Educadamente, o treinador lembrou que só tinha aquele e negou a lembrança ao torcedor. Era um dos últimos a noite de reencontro do treinador de 60 anos que não entrava num campo de jogo e vivia a emoção de uma partida há nove meses. Desde abril de 2015, quando se licenciou para cuidar da saúde, que o treinador não ia para beira do campo. Para quem estava há 22 anos nesta rotina, parecia uma vida realmente. E foi capaz de confundir até mesmo sua esposa Roseli, que ligou durante a partida e até durante a coletiva. 

- Esqueceu que voltei a trabalhar? Já ligou 200 vezes – brincou Muricy ao telefone, quando retornou a ligação após o atendimento aos jornalistas. 

Em campo, as coisas saíram longe do ideal, é verdade. E só melhorou mesmo quando o treinador fez sete alterações na segunda etapa. Saíram os três estreantes do primeiro tempo – Rodinei, Juan e Willian Arão – e entraram dois novos jogadores na segunda etapa. E foram os dois "reservas" que se destacaram: Mancuello e Chiquinho.

No 1º tempo: time do Ceará fecha as portas para a saída do Flamengo, que troca passes devagar (Foto: Raphael Zarko)
No 1º tempo: time do Ceará fecha as portas 
para a saída do Flamengo, que troca passes 
devagar (Foto: Raphael Zarko)


O lateral, com passagem pelo Fluminense e até gol pelo Tricolor em Fla-Flu, já era conhecido - foi dele o passe para o gol de Cirino, que já havia perdido antes uma chance feita em outra jogada de fundo de Chiquinho (com passe de Mancu), mas se havia alguém que precisava de uma primeira impressão era o gringo. Ele logo animou os torcedores na primeira vez que tocou na bola, dando passe de letra no meio de campo. Em seguida, com boa movimentação, mostrou visão de jogo ao lançar para o gol de Sheik. Ali, começou o início da reação do Flamengo. O gringo e Chiquinho – além de Marcelo Cirino, que fez um gol e iniciou a jogada do outro – foram o que de melhor houve na primeira partida do Rubro-Negro no ano.


Juan e Arão abaixo e lateral pouco efetivo

Mancuello não bateu pênalti, segundo Muricy, pois saiu exausto. Tentou, além da letra, pelo menos um gol olímpico – em duas cobranças seguidas de escanteio. O argentino se soltou e surpreendeu Muricy, que já destacou guardar a vaga do jogador para quando Mancu estiver regularizado – o que só será possível a partir de 28 de janeiro.

Mancuello sai da esquerda, recua e acha Cirino com Ceará mais aberto (Foto: Raphael Zarko)
Mancuello sai da esquerda, recua e acha espaço 
na defesa do Ceará em passe longo para Cirino 
(Foto: Raphael Zarko)


O primeiro tempo foi marcado por falhas individuais no Flamengo. Não é possível dizer que Juan errou no primeiro gol do Ceará, mas a bola às suas costas, sem que o veterano alcançasse o adversário ou diminuísse espaços para a sequência da jogada, deixou a torcida apreensiva com a brecha para rivais explorarem a jogada em cima do zagueiro. Em seguida, não achou Bill na frente da área e fez falta que o juiz não marcou. A melhor intervenção de Juan não foi na defesa, mas quando subiu bem no ataque, ganhou no alto e cabeceou por cima em cobrança de córner. 

Destaque na pré-temporada, Willian Arão só entrou na área uma vez, quando recebeu de Guerrero e fazia boa jogada, que terminou com Gabriel sendo travado. Mas no restante do primeiro tempo foi um dos jogadores que ficou preso à marcação do Ceará e errou passes na saída de jogo e até aberturas simples para Rodinei. O novo camisa 2 foi tímido na estreia. Foi na ponta poucas vezes e não conseguiu ser efetivo. 


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