sábado, 3 de setembro de 2011

Preparador evita falar em ápice físico do Bota: ‘Isso não é atletismo’


Entretanto, Solivan garante que metodologia aplicada fará o Alvinegro chegar às rodadas finais melhor do que está neste momento

Por Fábio Leme Rio de Janeiro

A palavra desgaste é muito utilizada nos clubes brasileiros durante esta fase do Brasileirão, e no Botafogo a história não é diferente. Disputando duas competições simultaneamente (além do Nacional, a Copa Sul-Americana), o Alvinegro precisa dosar nos treinamentos para não correr o risco de perder atletas na sequência das competições. Devido à alta demanda de jogos e a diferenciação de carga física entre um atleta e outro, o preparador físico Solivan Dalla Valle desconsidera a hipótese de ápice atlético coletivo.
- Isso é baseado nas provas de atletismo das Olímpiadas (ápice de atleta). Mas no futebol, não existe quatro anos de preparação para cinco dias de disputa, e sim 20 ou 30 dias de preparação para um campeonato de seis meses (na verdade, oito). O que eu quero dizer é que, no futebol, você tem que ter níveis aceitáveis que variam de acordo com o período da competição. As cargas são diferenciadas de um período para o outro e variam de atleta para atleta. Não temos como dizer onde é o ápice, ele é o contexto de todo um trabalho. Não estamos no mesmo nível de três meses atrás, e em novembro, também não estaremos no nível de hoje: teremos que estar melhor – avaliou.
Solivan explicou como a preparação física diária é baseada para se evitar lesões de grau mais acentuado.
- O primeiro é a recuperação dos atletas, que correm entre dez e 12 km por jogo. Temos toda uma metodologia e infraestrutura para isso; o segundo aspecto, quando tivermos o período de uma semana para treinar, é estimular os atletas a realizar movimentos, como a capacidade de força, que não é feito em jogos constantemente. Isso reforça a musculatura – explicou o preparador físico, que ampliou o entendimento do tema ao falar da metodologia de trabalho.
- Os trabalhos físicos não são direcionados como eram no início do campeonato, até pelo desgaste. Temos uma metodologia específica para este momento. O que fazemos é computar a carga do jogo como uma carga física. Sabendo disso, nós direcionamos as atividades durante a semana, não forçamos os jogadores e evitamos uma série de lesões – completou.
Desde a primeira rodada do Brasileirão, o Glorioso já atuou em 22 jogos (contando os dois pela Sul-Americana) em um período de 105 dias, média de quase uma partida a cada cinco dias. A partir da sequência de embates nas quartas e domingos, veremos que o descanso é ainda menor. Foram treze jogos em 43 dias, uma média de uma partida a cada três dias. Quanto ao futuro, a projeção não varia muito, isto porque nos próximos 54 dias, o Bota irá atuar por 14 vezes, média de um duelo a cada 3,85 dias.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2011/09/preparador-evita-falar-em-apice-fisico-do-bota-isso-nao-e-atletismo.html

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