Em partida cheia de reviravoltas e altos e baixos dos dois lados, sérvio garante vaga na decisão de domingo, quando enfrentará Murray na final do Aberto da Austrália
Djokovic está na final do Aberto da Austrália, onde buscará quinto título (Foto: AP Photo/Lee Jin-man)
Depois de longas batalhas com Wawrinka no Aberto da
Austrália em anos anteriores, de até cinco horas, desta vez Djokovic precisou
de “apenas” 3h30 para vencer o suíço e chegar a mais uma
final de Grand Slam, com direito pneu para fechar o jogo. Em Melbourne, o sérvio, atual número 1 do mundo, buscará o
recorde de conquistas do torneio, quando poderá deixar para trás Andre Agassi e
Roger Federer, todos com quatro taças. Com 3 sets a 2, parciais de 7/6 (1),
3/6, 6/4, 4/6 e 6/0, Djokovic bateu o atual campeão do Aberto nesta sexta-feira, em partida cheia de reviravoltas,
e ainda chegou a 49 vitórias no Aberto
da Austrália, deixando para trás duas lendas do tênis mundial, Andre Agassi e Ivan Lendl.
- Estava pronto para a batalha e foi uma grande batalha. Empurramos
um ao outro ao limite e parabenizo Stan por um grande torneio. Acho que joguei
bem, fiz 2 a 1 e acabei perdendo no quarto, quando joguei apenas dois games
mais solto. Stan é um jogador de qualidade e complicou muito a minha vida. Fazer
2-0 no primeiro game do quinto set foi crucial – disse sobre a semifinal, mas
já de olho na final: “Nós nos conhecemos há muito tempo e é bom ver que estamos
jogando uma final de Grand Slam. Espero que possamos fazer um grande jogo para
vocês”.
A final do Aberto da Austrália será no domingo, a partir de
6h30 (de Brasília), quando Djokovic encara Andy Murray no jogo de número 24
entre os dois tenistas. O sérvio tem larga vantagem com 15 vitorias contra oito
do número 6 do mundo. No Melbourne Park, eles já decidiram dois títulos, em
2011 e 2013, ambas com vitórias de Djokovic. O Sérvio ainda venceu uma
semifinal entre eles em 2012.
O jogo
Com erros não forçados dos dois lados e sem chances de
quebras, Djokovic e Wawrinka chegaram ao sétimo game sem dar chances ao
adversário. Foi então que o sérvio teve a primeira dificuldade do jogo, e
Wawrinka, após conseguir um duplo break point, passou à frente com 4 a 3. Djokovic
quase quebrou a raquete, irritado. Só que o sérvio mostrou ao suíço porque é o
número 1 do mundo, e devolveu a quebra sem deixar Wawrinka pontuar mesmo no seu
serviço. O jogo então foi para o tie break, e Djokovic passeou, com direito a um
lob e uma paralela impressionantes, para vencer por 7-1 o desempate, vencendo o
primeiro set por 7/6 em 43 minutos.
Djokovic teve altos e baixos durante a partida
na Rod Laver Arena, em Melbourne
(Foto: Agência EFE)
E se a vida parecia mais complicada para Wawrinka no jogo, quase
se complicou de vez no início do segundo set. Djokovic chegou a ter duplo break
point logo no primeiro game, mas o suíço saiu do buraco para confirmar o
serviço. A outra chance de quebra só veio no sexto game, desta vez a favor de
Wawrinka, que não desperdiçou a chance e fez 4 a 2, para em seguida, com
serviços confirmados dos dois lados, vencer o set por 6 a 3, em 36 minutos.
Com um set para cada lado, o terceiro set decidiria quem
ficaria mais próximo da final. Apesar de um break point a favor de Wawrinka no
primeiro game, Djokovic confirmou seu saque e em seguida quebrou o serviço do
adversário, além de confirmar a quebra no terceiro game. Com chance de fazer 4
a 0, Djokovic desperdiçou boas oportunidades e o suíço cresceu. No quinto game,
Wawrinka devolveu a quebra e o jogo parecia se encaminhar para um novo tie break.
Mas o suíço perdeu a mão. Com 5 a 4 para Djokovic, ele forçou o saque na hora
errada e acabou perdendo o game e o set, por 6 a 4, em 52 minutos.
Wawrinka fica pelo caminho na luta pelo bicampeonato (Foto: AP Photo/Lee Jin-man)
A um set da vitória e da vaga para a final, Djokovic se enrolou
todo do meio para o final do quarto set, quando não conseguiu um winner sequer,
jogando muito abaixo do que se espera dele. Só que a história foi outra no
início da parcial, quando o sérvio chegou a fazer 2 a 0. Só que Wawrinka
devolveu a quebra em seguida. No quarto game, Djokovic chegou a ter um triplo
break, mas suíço foi para cima e salvou. No sétimo game, Wawrinka quebrou mais
um serviço e chegou a 4 a 3, fechando mais tarde em 6 a 4, após uma direita
vencedora, depois de 43 minutos de set.
Num jogo aquém dos embates anteriores entre os dois
tenistas, Djokovic chegou à vitória de forma surpreendente no quinto set. O
suíço acumulou uma série de erros não forçados e teve todos os serviços
quebrados, enquanto o sérvio melhorava o serviço, apesar da dificuldade de
fechar o primeiro e o quinto games, e fechou o set por 6 a 0, em 36 minutos.
Juntos,
Djokovic e Wawrinka tiveram 118 erros não forçados,
49 do sérvio e 69 do suíço. No quesito “winners”, ou bolas vencedoras,
Wawrinka
levou a melhor com 42 contra apenas 27 do número 1 do mundo, assim como
nos aces, com 10 a 5. Djokovic ainda conseguiu sete quebras, e Wawrinka
cinco, mas o suíço foi mais efetivo quando teve as oportunidades,
aproveitando 63% delas, contra 41% do sérvio.
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