O Botafogo de Futebol e Regatas decreta luto oficial de três dias pelo falecimento do grande radialista e botafoguense Luiz Mendes, na manhã desta quinta-feira. O pavilhão alvinegro já se encontra a meio-mastro e o clube solicitará um minuto de silêncio na partida contra o Cruzeiro, no próximo sábado. O novo espaço de imprensa do Estádio Olímpico João Havelange, que está em fase final de reformas, terá o nome de Luiz Mendes, em homenagem já prevista no projeto inicial.
Conhecido como o "comentarista da palavra fácil", o radialista sofria com diabetes, estava internado no CTI do Hospital São Lucas, em Copacabana, desde o dia 17 de outubro e morreu após complicações decorrentes de uma leucemia linfocítica crônica. O comentarista da Rádio Globo cobriu 16 Copas do Mundo e é uma das referências do jornalismo esportivo brasileiro.
Com muito pesar e tristeza, o Botafogo presta solidariedade aos familiares de Luiz Mendes e se põe à disposição para ajudar no que for necessário. O velório será nesta quinta-feira, das 15h às 21h, no Salão Nobre de General Severiano, e o enterro será nesta sexta, às 10h, no Cemitério São João Batista.
"Mendes sempre foi uma unanimidade, todos gostavam dele. E tinha paixão pela profissão. Seria um sofrimento não poder trabalhar", se emociona a esposa de Luiz Mendes, Daisy Lúcidi.
Nascido em 09 de junho de 1924, em Palmeira das Missões, interior do Rio Grande do Sul, era filho de Joaquim Mendes e Maria Del Carmen Pinêda. Luiz nasceu e se criou nos “pampas”. Começou a trabalhar numa estação de auto-falantes, em sua própria cidade. Gostava também de futebol, e jogava no time juvenil. Foi para a capital, Porto Alegre, e fez teste na Rádio Farroupilha. Passou, e foi contratado como locutor.
Seu primeiro aparelho de rádio foi comprado ainda no interior e foi nele que ouviu a voz de Dayse Lúcidi, menina, numa peça de rádio-teatro. Luiz se encantou com aquele trabalho, mas nunca poderia imaginar que seria ela sua futura esposa. Chegou ao Rio de Janeiro com 19 anos, já na locução esportiva. Ingressou na Rádio Globo em 1944. Heron Domingues o apoiou e foram morar juntos, numa pensão chamada “Renascença”.
Conta a história que, embora contratado como locutor comercial, Luiz Mendes logo passou para o esporte da Rádio Globo, pois Galiano Neto, o titular, faltou a uma transmissão. Alvoroço, confusão, Luiz Mendes disse: “Eu posso transmitir isso”. No dia seguinte foi chamado pelo Presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho, e foi conversar com ele na redação de O Globo. Passou definitivamente a locutor esportivo da Rádio Globo. Houve, em 1946, um concurso com o público carioca, para saber quem era o melhor locutor esportivo da cidade.
O gaúcho Luiz Mendes ganhou, concorrendo com os grandes nomes de então. Foi para a TV Rio e, por 15 anos dedicou-se exclusivamente à TV. Fez também os programas: “TV-Rinque” e “A Grande Revista Esportiva Facit”. Participou da primeira transmissão à cores, no Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1972. Participou de 13 Copas do Mundo, das 16 que existiram. Não fez as três primeiras, por ser criança.
"Eu, garoto, tinha o Luiz Mendes como meu ídolo como narrador. Além da memória privilegiada, ele foi um companheiro inesquecível", conta José Carlos Araújo.
Passou a comentarista na Rádio Globo e conquistou muitos prêmios ao longo da carreira, entre eles uma placa comemorativa, da Rádio Globo, recebida das mãos do próprio Roberto Marinho. Casado há 51 anos com a comunicadora e radioatriz Dayse Lúcidi, tem um filho, que lhe deu netos e agora uma bisneta.
"O Mendes era da família da gente. Ele era de uma delicadeza. A gente falava das coisas dos primórdios do futebol só para ele desfilar o seu conhecimento", encerrou Eraldo Leite, coordenador de esportes da Rádio Globo.
Botafogo de Futebol e Regatas
FONTE:
http://www.bfr.com.br/oclube/noticias/botafogo+decreta+luto+oficial+de+tres+dias+pela+morte+de+luiz+mendes.asp
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