sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Operação contra terror no Brasil é “para mostrar que não temos corrupção e golpe”, diz xeique. Por Kiko Nogueira



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O ministro Alexandre de Moraes cumprimenta José Serra pelo conjunto da obra
Alexandre de Moraes cumprimenta José Serra pelo conjunto da obra


Rodrigo Rodrigues é um gaúcho de 38 naturalizado e sacramentado paulistano. Há duas semanas, foi hostilizado numa padaria perto de sua casa por um homem que o viu na TV.
Estava com a filha pequena. Do nada, um senhor o abordou e o ameaçou. Não seria a primeira vez e não será a última.
Rodrigo não é do PT. É um xeique muçulmano.
A cena ocorreu após a coletiva do ministro da Justiça Alexandre de Moraes dando conta do resultado da Operação Hashtag, que havia conseguido prender acusados de terrorismo em dez estados do Brasil.
“O ministro falou que os rapazes eram perigosos,  depois que eram amadores e que estava tudo em paz… A exposição deles e da comunidade muçulmana causou um grande transtorno para nós. Estamos sendo ofendidos”, diz.
“Eu e minha filha fomos xingados na fila, falaram que éramos da mesquita dos terroristas. Eu disse que não, que os terroristas estão em outros estados, em outra cidade”.
Rodrigues recebeu o DCM na TVT para uma entrevista. Ele é o líder da mesquita do Pari, uma das maiores do país. A oração da sexta-feira, a mais concorrida, recebe em média 1 200 fieis. O número é crescente, especialmente com a chegada de refugiados.
Rodrigues ganhou notoriedade porque dois frequentadores foram presos pela Polícia Federal. Mohamad Mounir Zakaria e Vitor Magalhães eram seus conhecidos. Segundo ele, nunca houve motivo para se desconfiar deles.
“A mídia agora está chamando essas pessoas de terroristas. Até onde sei, são pessoas normais, que frequentavam a mesquita como outros. Agora estamos esperando a Justiça concluir algo”, afirma.
“Na minha opinião, são jovens que acham que o que está ocorrendo na Síria e no Iraque é uma injustiça. Eles vão curtindo e compartilhando [posts de atentados]. Compartilhar atos de violência é apologia à violência.”
Para o xeique, a apresentação de Alexandre de Moraes teve outra motivação. “Tudo é montado para mostrar para a opinião pública que o Brasil está seguro, que não tem corrupção, violência e golpe”, diz.
“Jovens como eles querem chamar a atenção. Por isso, tiram fotos com fuzil em qualquer lugar. Nas favela, nos morros do Rio de Janeiro. É puro exibicionismo”, prossegue.
Kim Kataguiri também tirou retrato com um fuzil. “Se ele colocar nome árabe, vira terrorista imediatamente”, diz. “Existe um glamour de estar  combatendo um regime com uma arma. São jovens que não têm estrutura familiar, religiosa, uma opinião política formada…”
Rodrigues vê uma “comoção seletiva” quando ocorrem atentados no mundo: “As maiores vítimas do Estado Islâmico estão em países muçulmanos. Quando bombas caem na Faixa de Gaza, quando morrem centenas em países como o Afeganistão e o Iraque, a mídia não mostra como terrorismo”.
“A comunidade muçulmana é contra a atitude do EI, que não é um estado e nem islâmico, mas acabamos pagando uma fatura que não pedimos. O EI representa interesses internacionais”, declara.
“Faz parte da geopolítica ter um inimigo comum que destrua a estabilidade dos países muçulmanos, para justificar as guerras. Tem os americanos, os russos, o petróleo, o gás natural. É preciso ter um vilão pelo resto da vida para justificar invasões e agressões”.
“Os Estados Unidos fazem um jogo grande. Eles apoiam a Arábia Saudita no Iêmen contra o Irã e no Iraque eles apoiam  o Irã contra a Arábia Saudita”, diz.
Eis o programa do DCM com o xeique Rodrigues. A apresentação é de Marcelo Godoy e a direção de Max Alvim.
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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Censurando protestos contra Temer, Rio 2016 viola lei máxima



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/censurando-protestos-contra-temer-rio-2016-viola-lei-maxima



VEJA OS VÍDEOS CLICANDO NO LINK DA FONTE ACIMA


"Se você se manifestar com uma faixa 'Fora Temer', nós vamos tomar a faixa. Dentro do estádio não pode. Não vou discutir com você. Você está avisado. Coloca [a faixa] de novo para você ver se não te prendo", ameaçou um agente a serviço da Rio 2016


Jornal GGN - Está na Constituição, mas o comitê organizador da Rio 2016, com anuência do Ministério da Justiça, decidiu ignorar o direito à liberdade de expressão e proibiu cartaz, camiseta, faixa ou qualquer outro item usado em manifestações políticas, tudo para proteger o presidente interino Michel Temer. Nas redes sociais, já circulam vídeos de torcedores abordados por oficiais que ameaçaram dar voz de prisão a quem se atrever a continuar cobrando a saída de Temer da cadeira conquistada através do processo de impeachment.
Num dos vídeos, um agente identificado como "capitão Fabiano" diz a uma mulher que ostentava camiseta e cartazes com os dizeres "Fora Temer" que ele "não tem partido" e a política nacional, para ele, "não faz a menor diferença". Mas, por lei, todos os policiais que trabalham na Olimpíada do Rio é obrigado a vedar "manifestações ideológicas" nos estádios. "Pode me filmar à vontade. Se a senhora quiser, eu mostro a lei para a senhora", disse.

A mulher respondeu que considerava aquele ato uma "censura", ao que o policial respondeu "Senhora, eu não faço a lei."
Tentada a resistir à repressão, a senhora pergunta o que vai acontecer se ela não quiser guardar o cartaz. "Eu posso lhe prender por desobediência, que não é o que eu quero. Eu avisei para a senhora que [o protesto] é contra a lei. Se a senhora continuar levantando o cartaz, a senhora já sabe."
Indignada, a mulher quis saber qual o problema em gritar Fora Temer, se isso, para ela, é exercer seu direito à liberdade de expressão. O policial rebateu: "É vedado mensagem ofensiva."
Em seguida, ele diz que foi orientado a coibir qualquer ato de protesto, pois caso contrário, ele poderia sofrer sanções. "Tem um crime chamado prevaricação. Se eu presenciar um crime e não tomar uma atitude, o criminoso sou eu."
Em outro vídeo, gravado no jogo da seleção brasileira feminina de futebol contra a China, no dia 3 de agosto, outro grupo é proibido de protestar contra o interino Temer.
"Se você se manifestar com uma faixa 'Fora Temer', nós vamos tomar a faixa. Dentro do estádio não pode. Não vou discutir com você. Você está avisado. Coloca [a faixa] de novo para você ver se não te prendo", ameaçou outro agente a serviço da Rio 2016.
REGRAS SÃO SOBREPOSTAS À CONSTITUIÇÃO
Foi nesta semana que o comitê organizador da Rio 2016 anunciou que decidiu editar algumas regras para os torcedores. No ato da compra de ingressos, eles são avisados de que é proibida a entrada de “qualquer item que possa ser utilizado para realização de protestos na instalação”, como faixas e cartazes de protestos, além de "cordas, algemas, apitos e megafones", e "itens de cunho político, religioso ou outros temas que possam ser utilizados para causar ofensa ou incitar discórdia”. 
Disse a secretaria responsável por grandes eventos do Ministério da Justiça de Temer, capitaneado por Alexandre de Moraes, que as regras editadas para a Rio 2016 estão "de acordo com a lei federal 13.284", pois o "artigo 28 da lei afirma que não será permitido nos locais oficiais 'portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, de caráter racista ou xenófobo ou que estimulem outras formas de discriminação'.
Mas, como se vê, a Rio de 2016 não baniu apenas "formas de discriminação" e "mensagens ofensivas". O comitê banil qualquer manifestação ideológica.
A lei desvirtuada para dar à mensagem "Fora Temer" o caráter ofensivo foi sancionada por Dilma Rousseff em 10 de maio de 2016, dias antes de a presidente ser afastada do cargo pelo Senado, que decidiu acolher o impeachment.
Parte das regras foi editada justamente para garantir o exercício da democracia durante a Olimpíada no Rio, deixando claro que a ideia era coibir discurso de ódio e ataques às minorias.
Dilma assinou a lei com uma passagem que garante a liberdade de manifestação. É o inciso primeiro do artigo 28: "É ressalvado o direito constitucional ao livre exercício de manifestação e à plena liberdade de expressão em defesa da dignidade da pessoa humana.
CENSURA É VIOLAÇÃO À CONSTITUIÇÃO
Em entrevista ao GGN nesta sexta (5), o criminalista William Cesar Pinto de Oliveira, professor de direito penal e direito processual penal, avaliou que as manifestações são “legítimas, têm amparo na Constituição, que assegura a liberdade de manifestação e de pensamento.”
“Até do ponto de vista histórico, sempre houve associação entre eventos esportivos e políticas. Esporte é uma manifestação cultural que não pode ser desassociado do momento político. Impedir que pessoas se manifestem em eventos esportivos, para que o mundo não tenha conhecimento do que ocorre aqui dentro, da satisfação ou insatisfação com determinado governo ou regime político, não é da essência da cultura e desses eventos esportivos. Cercear isso viola essa liberdade de manifestação e de expressão.”
Para Oliveira, as regras editadas pela Rio 2016 não só confrontam a lei sancionada por Dilma, como "confrontam, de maneira flagrante, a Constituição federal. Não importa o evento esportivo ou político, quando realizado em território nacional, tem que respeitar a Constituição."
Ainda de acordo com o criminalista, o torcedor que tiver seu direito à manifestação podado pode recorrer à Justiça para responsabilizar os autores da censura. "Além do registro simples da ocorrência pelo constrangimento moral, as pessoas podem buscar o Judiciário. Se elas forem retiradas do estádio, por exemplo, por causa de uma camiseta, ou se passar por constrangimento do ponto de vista moral, uma humilhação, as pessoas que deram causa a isso podem ser responsabilizadas civil e criminalmente."
GGN tentou contato com a assessoria do comitê organizador da Rio 2016, foi informado que a equipe de jornalistas está em campo por conta dos jogos, e não obteve retorno até o fechamento desta edição.
EM TEMPO
Essa semana, também circulou na imprensa que a Rio 2016 elaborou um esquema para  abafar as vaias a Temer. A ideia é ligar o som no último volume para que a mídia eletrônica não capture os gritos dos insatisfeitos.
Já o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, deu uma declaração dúbia afirmando que aqueles que ousarem se manifestar politicamente nos estádios estão jogando contra si mesmos.


http://www.diariodocentrodomundo.com.br/suplicy-ao-dcm-dilma-deveria-fazer-sua-defesa-no-senado-e-olhar-marta-no-olho-por-jose-cassio/


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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/suplicy-ao-dcm-dilma-deveria-fazer-sua-defesa-no-senado-e-olhar-marta-no-olho-por-jose-cassio/



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Suplicy
Suplicy

O ex-senador Eduardo Suplicy recebeu o DCM em sua casa na rua Manduri, próximo ao Shopping Eldorado.
Falou sobre a eleição municipal – é o puxador de votos do PT para a Câmara de vereadores -. sobre a cidade e, especialmente, e com exclusividade, sobre a ex-esposa, Marta, candidata do PMDB à prefeitura.
Suplicy diz que, se pudesse dar um conselho à Marta, diria para ela não votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.  
“Respeito a decisão dela de ter ido para o PMDB, mas daí votar pelo impeachment da presidenta, sinceramente, não acho correto”.
O ex-senador torce para que Dilma vá ao Senado fazer sua defesa.
Neste caso, gostaria que ela, olho no olho com Marta, pudesse recordar momentos em que ela, Dilma, confiou inteiramente na senadora. E então fazer a peemedebista reconhecer que se houve erros na administração não foram de má fé, nem de ilicitude, muito menos de crime de responsabilidade.
Suplicy pede que Marta reveja sua decisão. “É o que eu espero”.
Confira os principais trechos da entrevista.
DCM – Qual a avaliação que o senhor faz dos adversários do Fernando Haddad?
Eduardo Suplicy – Acho que vai haver uma disputa muito difícil para qualquer um dos candidatos, inclusive para Fernando Haddad.
São candidatos potencialmente fortes.
A Marta [Suplicy] é uma pessoa que foi prefeita de São Paulo e que é reconhecida em seus méritos. São muitas coisas que ela fez, inclusive com o apoio do PT na época. Agora tem a parceria com o André Matarazzo, que gostaria também de ser candidato a prefeito, e que está junto à Marta. Tem o João Dória Jr., que tem o apoio de um partido muito forte, o PSDB, e do próprio governador do Estado.
A Luiza Erundina, pelo PSOL, que é muito querida por nós.
Sou amigo da Luiza Erundina e me dou bem com ela. Por todos os nossos anos de convivência, ela foi candidata à vice, ou, quando ela foi candidata à prefeita, eu a apoiei por toda parte, e convivi muito com ela como presidente da Câmara Municipal.
E nos meus anos de senador, e ela, deputada, tantas vezes convivemos e estivemos juntos em manifestações. Domingo passado, estávamos juntos no ato pela democracia no Largo da Batata. Ela falou, Ivan Valente falou, eu em seguida falei, junto com outros oradores. Também reconheço ela como uma pessoa que conhece muito bem a cidade de São Paulo e que é muito querida aqui, sobretudo na área periférica.
E Celso Russomano, que é uma pessoa que está à frente das pesquisas e que tem um papel importante em defesa do consumidor, pelo qual ele tem sido reconhecido.
Agora, Fernando Haddad está com ações de grande importância para melhorar a qualidade de vida do paulistano. Ele tem uma visão como prefeito e interessado no direto à cidade, direito à cultura, direito à educação, direito à vida, direito aos parques e das áreas verdes, e melhoria das vias de São Paulo.
À medida que a população conhecer em profundidade tudo aquilo que ele realizou até agora, acredito que ele vai para o segundo turno, numa disputa difícil, e deve ganhar as eleições. Acho que todos estes têm possibilidade de chegar.
DCM – E a Marta, como o senhor analisa o momento dela?
ES – Sobre a saída do PT, compreendo muitas das razões que ela fala que houve erros que aconteceram, mas quando se está numa grande organização e algumas pessoas cometem erros gravíssimos, até de enriquecimento ilícito, constitui nosso dever procurar primeiro corrigir estes erros e ali onde estivermos agirmos com toda correção.
DCM – O senhor acha que ela se equivocou? A Erundina usou um termo forte: disse que ela traiu o PT, pois saiu no momento em que o partido mais precisava dela. O senhor concorda?
ES – Se puder ter a oportunidade de fazer a Marta refletir… Olha, no dia da convenção do PT no domingo retrasado, fiquei muito impressionado como foi realizada aquela convenção, com recursos modestos. Inclusive, creio que não houve ali ônibus que estivesse transportando pessoas. Estava inteiramente lotado, capaz de ter ido 4 mil, 5 mil pessoas. Com anunciamentos do Ciro Gomes, do Haddad, do Lula, do Gabriel Chalita, que entusiasmaram a militância, e pensei:
“Puxa vida, se a Marta estivesse aqui e estivesse falando, ela iria também ser muito bem aceita pela militância”. Da mesma maneira que a vi ser tão aplaudida nas vezes em que ela foi candidata à deputada federal pelo PT em 1994; em 1998 a governadora, quando ela quase empatou com Mário Covas; quando foi candidata vitoriosa à prefeita; em 2004, por pouco ela não chega lá na tentativa de ser reeleita.
Ela então foi convidada pelo presidente Lula para ser a ministra do Turismo em 2010, ao lado da presidenta Dilma. E, para Marta, a ascensão das mulheres a postos de comando foi sempre uma de suas bandeiras. Foi eleita senadora. Uma vez senadora, pelos votos do PT, foi a vice-presidente do senado. Concluído seu mandato para vice-presidente do senado, foi convidada para ministra da Cultura da presidenta Dilma, portanto conviveu com Dilma em seu governo, além de ter convivido com o presidente Lula.
Se erros houve na condução de pessoas em alguns governos, seja os apontados na investigação sobre o Mensalão ou na operação Lava Jato, importante é que cada pessoa responda por suas responsabilidades. Mas sair do partido que a ajudou? Será que não seria próprio, pensando em todas essas coisas e sabendo que a presidenta Dilma é uma pessoa séria, honesta e que não cometeu atos ilícitos quando presidenta, muito menos atos de enriquecimento pessoal, e que, conforme nos diz o Ministério Público Federal, não cometeu as chamadas pedaladas, que ela então pudesse resolver votar contra o impeachment e explicar ao PMDB o por que da sua decisão? 
Vamos supor que, na reta final, diferentemente do que espero e vou me empenhar para que Haddad chegue ao segundo turno, a Marta versus João Dória, ou a Marta versus Russomanno, e digamos que a Marta, pelos fatores históricos que acabo de falar, resolva então a recomendação de mostrar contas, explicando ao PMDB…
Respeito a decisão dela de ter ido para o PMDB, mas daí votar pelo impeachment da presidenta Dilma, sinceramente não acho correto. E como há senadores do PMDB, como Roberto Requião, que tem essa convicção, e ela pode muito bem conversar com ele, e inclusive fiquei até contente quando vi a presidenta Dilma dizer que está considerando ir sim ao Senado fazer sua defesa, porque, neste caso, ela poderá, olho no olho de cada um dos senadores, como a própria senadora Marta, dizer a ela e recordar momentos em que a presidenta Dilma confiou inteiramente nela, e as razões pelas quais Marta teria toda a convicção de compreender que se ela errou na administração, não foram erros de má fé, nem de ilicitude, muito menos de crime de responsabilidade da presidente, e vote não ao impeachment, é o que espero.
E se ainda sim ela proceder, terá condição… se houver uma convenção do partido para decidir, afinal, em qual candidato vamos votar, se ela votar não, como ela poderá estar numa convenção do PT para pedir que o partido vote nela. O PT é uma força muito importante na cidade de São Paulo.
DCM – Qual a sua opinião sobre esse desejo de setores da sociedade de que o Supremo impeça a candidatura do Censo Russomanno, menos por aspectos legais, mais por uma alegação de que São Paulo não merece ter ele como prefeito. O senhor tem alguma ideia formada disso?
ES – Existe uma legislação eleitoral, com respeito a quem é que pode se candidatar, que diz que aquela pessoa que tiver uma condenação, acho que na primeira estância, e, portanto, pela chamada Lei da Ficha Limpa, que então a pessoa não pode se candidatar. A outra coisa é se garantir a qualquer pessoa o legítimo direito de defesa dela.
O deputado Celso Russomanno tem expresso em suas entrevistas que, primeiro, é inocente, e que ele tem convicção de que será inocentado no âmbito do Supremo Tribunal Federal, que acredito que esteja para ser julgada a questão. Não conheço os detalhes do que aconteceu e acho muito importante assegurar a ele a defesa completa e que possam os ministros responsáveis fazer a avaliação, se ele tem ou não responsabilidade sobre o que foi objeto da denúncia.
Acho que depende apenas disso querer afastar um candidato ou não, por mais que esteja na liderança, sem ele comprovadamente, merecer, é golpe, sem dúvida.
DCM – O senhor tem perspectiva de quantos votos pode ter na eleição para vereador?
ES – Não medi ainda.
DCM – Os outros candidatos andam com um mapinha para monitorar os apoiadores e as perspectivas de votação. No seu caso é difícil fazer isso?
ES – É difícil. O que posso lhe dizer é que, durante todo tempo que eu fui senador, fui parlamentar e sempre fui carinhosamente recebido nos lugares aonde tenho ido e com muito respeito. Pouquíssimas vezes situações como aquela que um dia ocorreu na saída do auditório da Livraria Cultura. Tinha ocorrido a entrevista pela CBN com o prefeito Fernando Haddad. Estava lotado o auditório, mas tinha um grupo de 10, 12 pessoas, que começaram a procurar dificultar a entrevista do prefeito, daí a Fabíola Cidral, jornalista da CBN, disse uma certa hora: “Parem de fazer barulho, vocês vão ter direito de perguntar e expressar sua opinião”, e aí eles acalmaram um pouco.
Tiveram a oportunidade de falar ao final. Pelo menos três deles falaram, mas daí fui cumprimentar o Fernando Haddad no palco. Ao sair, um rapaz me perguntou sobre a nova política de proibir doações de empresas privadas, e achei muito positivo, e um grupo dessas 10, 12 pessoas começou a gritar: “Suplicy vergonha do Brasil”. Fui até eles, tentei conversar, não quiseram. Continuavam a gritar. Fui embora e eles ainda tentaram hostilizar o prefeito quando ele saiu.
DCM – Mas essa não é uma situação que ocorre?
ES – Citei essa ocasião porque era uma exceção. Nos lugares aonde tenho ido… Ainda ontem à noite, participei de um jantar do prefeito em Aricanduva com mais de 200 pessoas que compareceram ao restaurante. Na hora que acabou o jantar, mal conseguia andar meio metro sem ser parado por dezenas de pessoas que quiseram tirar foto, abraçar, dizer o quanto que gosta de mim, e isso ocorre… Se você sair comigo, por exemplo, na Av. Paulista, sempre as pessoas me tratam bem, vêm me cumprimentar. Quando passo, são muito difíceis atitudes hostis, são de apoio.
DCM – Como foi o episódio da sua prisão na Raposo Tavares?
ES – Logo após a convenção do PT no domingo retrasado, estava perto do prefeito Fernando Haddad, e um grupo de moradores que ocuparam aquela área, representando cerca de 350 famílias, fizeram um apelo ao meu lado para que não houvesse a reintegração naquele dia por uma série de problemas que estavam ocorrendo, e o prefeito até disse ao seu auxiliar para conversar com o subprefeito do Butantã para que não fosse realizada aquela integração naquele dia.
Na manhã seguinte, por volta das 8h30, me ligam aquelas pessoas que tinham conversado com o prefeito ao meu lado, disseram: “Por favor, venha aqui, porque a aqui está um forte aparato policial,  retroescavadeiras. Disseram que vão destruir nossas casas”. Saí de casa e cheguei por volta das 9h. Ao subir uma ladeira, ouvi umas oito bombas de gás lacrimogênio.
Fiquei preocupado. Fui procurar a oficial de Justiça, o capitão da operação, e chegou também o Luiz Antônio Medeiros, secretário coordenador das subprefeituras. Fomos percorrer onde tinham caído as bombas. Vimos uma senhora, mãe de três filhos, que levava um colchão e que nos disse: “Soltaram uma bomba de gás lacrimogênio em minha casa, fiquei muito assustada, minha pressão foi lá pra cima e precisei sair.
Fiquei preocupado com aqueles eventos, então voltamos eu e o secretário, até que chegou o secretário de assuntos jurídicos, Barreirinhas, que explicou que, como se tratava de uma área de alto risco, caso a prefeitura não realizasse a operação de reintegração, poderia ser acionada na Justiça por improbidade administrativa e que, portanto, era necessário organizar a reintegração.
Aí vi que havia uns 10, 12 policiais militares com escudos, cacetetes e armas e começaram a avançar e cerca de 80 moradores passaram a empurrar os escudos. Começou a haver um movimento e pensei: “Aqui vai ter um conflito sério”. Então, pensei no que fazer, e até falei para Luiz Antônio Medeiros: “Olha, vou me deitar no chão”. Então deitei no chão. Algumas mulheres se deitaram ao  meu lado e parou aquela tensão. Mas aí a oficial de justiça e o capitão pediram para que me levantasse e permitisse a operação. Falei: “Olha, não vou resistir. Se quiserem, podem me levar, mas vou permanecer aqui”. Nessas ocasiões, penso naquelas pessoas que sempre procuraram defender os direitos pela não violência, como Mahatma Ghandi e Martin Luther King.
Falei com a oficial de justiça se eu poderia falar com o juiz que estava determinando de maneira intransigente a operação. Ela falou que não. Então disse que a polícia me levasse. O próprio capitão e diversos policiais me levantaram. O Luiz Antônio Medeiros teve até uma hora que agarrou minhas pernas, mas daí estavam me levando, segurando pelo braço, e quando ele me segurou um PM puxou muito o meu braço esquerdo e precisei alertá-lo em voz alta: “Assim você vai quebrar o meu braço”. Que até agora está doendo na junta embaixo do ombro. Depois que alertei o PM me levaram com calma e respeito. Me colocaram sentado na viatura. E três dos PMs que tinham me levado me acompanharam até o 75º Distrito Policial e ali expliquei que minha atitude foi de prevenir um possível conflito de violência e, tanto o delegado de plantão quanto o delegado titular ouviram e, com todo respeito, disseram que ainda iriam ouvir os policiais e a oficial de justiça e, após três horas, fui liberado e vim para casa.
DCM – Qual análise o senhor faz do dia a dia da cidade? O senhor contou que quando foi presidente da Câmara, tomou algumas medidas no sentido de transparência. Qual a necessidade hoje? Qual a contribuição espera dar como vereador?
ES – Acho que é uma das prioridades pensar primeiro em oferecer boas oportunidades de educação para todas as crianças e jovens, se possível em tempo integral, e para os adultos.
Com respeito a este objetivo, tem sido uma preocupação maior do prefeito Fernando Haddad, que tem na educação um de seus objetos de atenção especiais. Ele tomou providências para que, ao longo deste seu governo, até agora mais de 100 mil vagas em creches foram abertas.
Também no ensino de primeiro grau, que é responsabilidade principal da prefeitura, ele procurou medidas para aumentar a qualidade da educação. Teve no secretário Gabriel Chalita uma pessoa de muita experiência e conhecimento nesta área. Procurou desenvolver os CEUs e ampliou o número, que são iniciativas da então prefeita Marta Suplicy de 2000 a 2004, sendo que o próprio Fernando Haddad foi um dos membros da equipe que ajudou a elaborar o conceito dos CEUs.
Os CEUs passaram a ser um centro cultural muito importante de multiplicação de atividades, inclusive agora são 20 salas de cinemas que passam filmes da melhor qualidade para pessoas carentes. Também, como parte da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, onde está a política para idosos, em três CEUs e em duas unidades da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), se iniciou ano passado cinco cursos para a Universidade Aberta para Idosos. Eu inclusive dei algumas aulas inaugurais e outras aulas de conclusão do curso para turmas de 50 pessoas idosas de 60 anos ou mais. Também na gestão de Fernando Haddad houve, nos CEUs, o oferecimento de cursos superiores, possibilitando a pessoas carentes que têm tido dificuldade de estudar em nível superior, mas agora tem tido algumas unidades dos CEUs…
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Jose Cassio
Sobre o Autor
JC é jornalista com formação política pela Escola de Governo de São Paulo

Vox Populi: Lula lidera disputa de 2018; maioria prefere novas eleições a Temer



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/vox-populi-lula-lidera-disputa-de-2018-maioria-prefere-novas-eleicoes-a-temer





Jornal GGN - Pesquisa Vox Populi divulgada pela CartaCapital nesta sexta (5) mostra que a maioria da população brasileira prefere eleições presidenciais ainda neste ano à manutenção de Michel Temer, que chegou ao poder após iniciado o processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado. Ainda de acordo com a sondagem, Lula é o candidato que desponta para 2018 no primeiro turno em três cenários, todos com um representante diferente do PSDB.
Segundo a pesquisa, para 61% dos entrevistados, seria melhor para o Brasil se novas eleições fossem convocadas imediatamente. O indíce é o mesmo aferido em abril passado, quando a Câmara aprovou, por maioria de dois terços, o impeachment de Dilma.
O maior entusiasmo pela convocação de novas eleições está no Centro-Oeste/Norte (66%), seguido do Sul (64%) e Sudeste (62%), e a menor adesão (57%), no Nordeste. O apoio à volta de Dilma ao governo foi de 21% para 18% em todo o País, enquanto subiu a opção de Temer permanecer na presidência (11% para 17%), divulgou a CartaCapital.
Já a maior base de apoio para a volta de Dilma está no Nordeste, onde 32% acreditam que seu retorno seria mais benéfico para o País. A região é historicamente mais favorável às gestões petistas.
Ainda segundo a revista, os jovens são os maiores entusiastas da proposta de novas eleições (68%) e os que menos apoiam Temer (13%) – a volta de Dilma é apoiada por 17% dos entrevistados mais novos. Entre os adultos, 61% preferem novas eleições como uma opção mais positiva para o Brasil. A volta de Dilma ou a permanência de Temer estão tecnicamente empatadas entre os adultos, com 18% e 17%, respectivamente.
O estudo foi feito com 1.500 pessoas em 97 municípios de todo o Brasil, entre 29 de julho e 1º de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Quando o assunto é a eleição de 2018, o Vox Populi colheu dados em três cenários, todos com Lula (PT), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSC). O que muda em cada dos quadros é o representante do PSDB - Aécio Neves, Geraldo Alckmin ou José Serra.
 
No primeiro caso, Lula aparece com 28% dos votos, seguido por Aécio (18%), Marina (15%), Ciro (6%) e Bolsonaro (7%). Brancos e nulos somam 20%, e outros 7% não sabem ou não responderam.
Na simulação com Alckmin, Lula tem 29% das intenções de voto e Marina aparece com 18%, enquanto o tucano acumula apenas 11%, seguido de Bolsonaro (7%) e Ciro Gomes (6%). Brancos e nulos somam 21%, e 8% não sabem ou não responderam.
Com Serra, o líder Lula (29%) enfrentaria Marina (19%) no segundo turno. Serra viria na sequência, com 13%, seguido por Bolsonaro (7%) e Ciro (6%). O índice de brancos e nulos se mantém alto (20%), e 7% não sabem ou não responderam.