Em duelo de quase
três horas e meia, 7º do ranking elimina ex-número 1 e alcança decisão
de Grand Slam pela primeira vez. Andy Murray será adversário no domingo
Com vitória sobre Federer, Raonic alcança final de Grand Slam pela primeira vez (Foto: Reuters)
O que o croata Marin Cilic chegou perto de alcançar na
rodada anterior, o canadense Milos Raonic foi lá e fez na semifinal desta
sexta-feira. Pela segunda vez seguida nesta edição de Wimbledon, Roger Federer
encarou uma longa e equilibrada partida de cinco sets. No fim das contas,
após 3h25 de jogo, prevaleceu o esforço do 7º do ranking. Raonic bateu o ex-número 1 do mundo com
as parciais de 6/3, 6/7(3), 4/6, 7/5 e 6/3 e garantiu uma das vagas na final do
tradicional torneio britânico. É a primeira vez que o canadense vai disputar
uma decisão de Grand Slam.
Raonic ainda não sabia o que era chegar a uma final de Grand
Slam. Por duas vezes, o tenista de 25 anos de idade parou na semifinal, sendo uma em Wimbledon em 2014 e
outra no Aberto da Austrália deste ano.
Sete vezes
campeão no All England Club, Federer sofreu pela primeira vez uma
eliminação numa semifinal de Wimbledon. Porém, o detentor do recorde de
títulos de Grand Slams (17) obteve grandes marcas na campanha deste ano:
maior número de vitórias em Wimbledon ao lado de Jimmy Connors (84) e
de vitórias em Grand Slams (307).
O adversário de Raonic na briga pelo título será o britânico Andy Murray, campeão em 2013, que eliminou o tcheco Tomas Berdych por 3 sets a 0 também nesta sexta-feira. A final será neste domingo, às 10h (horário de Brasília). O SporTV 3 e o SporTV Play na internet (para assinantes) transmitem ao vivo.
Federer se despede dos torcedores no palco em
que conquistou sete títulos (Foto: Reuters)
O JOGO
O
maior desafio para Federer era segurar o saque do canadense, um dos
mais potentes do circuito. O problema é que Raonic não só estava bem no
fundamento como não dava brechas na troca de bola. Sem conseguir parar o
arsenal do adversário, o suíço ainda entregou uma quebra de bandeja no
quarto game de jogo ao cometer dupla falta. Raonic manteve a pegada,
inclusive soltando um saque de 231km/h, e levou sem sufoco o primeiro
set.
A parcial seguinte foi mais equilibrada, e Federer teve
suas chances de acabar com o set um pouco mais cedo do que conseguiu. A
um game de fechar o set, o suíço viu o oponente salvar quatro set points
e depois a disputa foi para o tie-break. Foi aí que Raonic baixou de
nível, justamente quando não podia. Ele cedeu o mini-break numa dupla
falta, Federer ganhou os três pontos seguintes, fechou o game de
desempate e empatou a partida.
Raonic não conseguia retomar a
grande forma do começo do jogo e as falhas voltaram a aparecer em
momentos inoportunos do terceiro set. A principal foi uma isolada de
bola no sétimo game, que fez Federer, mais consistente que o adversário,
levar a quebra que lhe garantiria a virada. O suíço teve a chance de
liquidar a fatura, mas aí foi a vez dele fraquejar na hora errada.
Primeiro Raonic salvou break point com o placar em 4/4. Depois, com o
rival à frente por 6/5, o suíço cometeu duas duplas faltas consecutivas,
até salvou dois break points, mas sofreu o empate ao ficar vendido na
rede, tomando o contra-ataque na paralela.
Raonic observa Federer após o suíço ir ao chão
com torção no pé (Foto: Reuters)
Federer
aproveitou o intervalo para o quinto set para receber um atendimento
médico na coxa. Na verdade, o que preocupou mais foi no quarto game,
quando ele torceu o pé esquerdo e precisou encarar um break point na
sequência. Não foi de primeira, mas, após suar muito, Raonic obteve a
quebra e em seguida abriu 4/1. O canadense não se intimidou com a
pressão da torcida e manteve a vantagem para faturar a vitória.
Britânico vence com autoridade em sets diretos e enfrenta Raonic pelo bicampeonato
Por SporTV.com
Londres
Andy Murray derrota Tomas Berdych e se garante na final de Wimbledon (Foto: Reuters)
Depois
de uma dura batalha nas quartas de final contra Jo-Wilfried Tsonga,
nada como uma vitória incontestável para dar muita moral a Andy Murray
na busca pelo bicampeonato em Wimbledon. Nesta sexta-feira, o britânico
novamente contou com o ambiente favorável do público no All England
Club para derrotar o tcheco Tomas Berdych (9º) por 3 sets a 0, com um
triplo 6/3, em 1h57 de confronto.
Na final, Murray terá pela frente o canadense Milos Raonic (7º), que mais cedo venceu nada menos que o heptacampeão Roger Federer em um jogaço de cinco sets.
Em nove partidas entre eles no circuito, o britânico levou a melhor em
seis oportunidades, inclusive na decisão do ATP de Queen's, em Londres,
há três semanas.
O jogo
Andy Murray
soube controlar o duelo desde o princípio. Logo no segundo game, o
britânico anotou uma quebra para cima do rival, que chegou a devolver em
seguida. No entanto, Berdych não resistiu a um novo break point no
oitavo game, deixando o jogador da casa fazer 5/3. De forma tranquila,
Murray confirmou seu saque e marcou 6/3 para largar na frente. O segundo
set começou equilibrado e os tenistas tiveram chances de quebra salvas
no quinto e sextos games, mantendo o duelo em 3/3.
Depois disso, só deu
para o britânico, que arrancou dois serviços de Berdych para fazer um
novo 6/3.
Diferente de como havia acontecido com Tsonga,
quando viu o francês reagir a partir do terceiro set, Murray seguiu o
ritmo sem dar chances para Berdych. Com uma quebra no quarto game e
confirmando seu saque na sequência, ele abriu 4/1 e apenas controlou a
vantagem até fechar o confronto para delírio do público britânico.
Enquanto isso,
Pedro Solberg/Evandro e Alison/Bruno Schmidt se classificam para a
disputa das oitavas de final. Ágatha/Bárbara Seixas não estão
participando da etapa
Por GloboEsporte.com
Gstaad, Suíça
A
sensação de Larissa e Talita nesta sexta-feira é de alívio e dever
cumprido. No Major Series de Gstaad, na Suíça as representantes
olímpicas do Brasil bateram italianas Marta Menegatti e Orsi Toth por 2 a
0, 21/16 e 21/14, dando o troco pelo Major Series de Porec, na Croácia,
realizado na semana passada. Na ocasião, a dupla do Brasil foi
eliminada pelo time da Itália nas oitavas de final. Agora, estão nas
semifinais do torneio suíço.
- Não é só sobre uma vaga na
semifinal, não é só sobre o último torneio antes dos Jogos Olímpicos.
Esse jogo tinha toda a história de semana passada quando perdemos nas
oitavas. No último jogo nós ganhamos bem o primeiro set, estávamos indo
bem no segundo, mas perdemos o foco. Dessa vez entramos ligadas do
início ao fim - afirmou a jogadora Talita, que marcou cinco pontos de
bloqueio.
Larissa e Talita vão às semifinais em Gstaad
(Foto: Divulgação/FIVB)
Ante
da partida que valeu a vaga no final four, Larissa e Talita venceram a
dupla canadense Pavan e Bansley também por 2 a 0 (21/13 e 21/16) em jogo
válido pelas oitavas do Major Series. Na semifinal, as brasileiras
enfrentam a dupla holandesa Meppelink e Van Iersel, que derrotaram as
americanas Fendrick e Sweat por 2 a 1 (17/21, 21/16 e 15/13). Esse será o
sétimo duelo entre as duplas, e Larissa/Talita venceu todos os jogos
anteriores. Do outro lado estarão Ludwig/Walkenhorst, da Alemanha,
contra Walsh/Ross, dos Estados Unidos.
A outra dupla que representa o Brasil na Olimpíada no feminino, Ágatha e Bárbara, não disputam o torneio em Gstaad.
Já
o torneio masculino finalizou sua fase de grupos, e os brasileiros
seguiram adiante. Alison e Bruno Schmidt, no Grupo A, venceram os
italianos Ranghieri e Carambula por 2 a 1 (21/15, 18/21 e 15/11) e
terminaram na liderança. Assim, eles estão classificados para as oitavas
de final. O mesmo aconteceu com Pedro Solberg e Evandro, que derrotaram
Samoilovs e Smedins por 2 a 1 (17/21, 21/19 e 11/15), e terminaram em
primeiro no Grupo F. Os times do Brasil esperam seus rivais da
repescagem, que ocorre também neste sábado.
Bruno e Alison
pegam o vencedor do confronto entre Kadziola/Szalankiewicz (POL) e
Álvaro Filho/Vitor Felipe (BRA), e os cariocas encaram quem sair
vitorioso de Windscheif/Holler (ALE) e Beeler/Strasser (SUI).
Na
Turquia, técnico deixou oposta da seleção na reserva e preferiu escalar
Slöetjs, sua pupila na seleção holandesa. Neste sábado, seleções duelam
pelo Grand Prix
Sheilla
abre um sorriso sem graça e tenta fugir do assunto.
Rumo à Olimpíada, não quer criar polêmicas ao pensar no passado. Admite,
porém,
que não teve a temporada que esperava na preparação para os Jogos. No
Vakifbank, da Turquia, precisou se adaptar à reserva. Técnico do time, o
italiano Giovanni Guidetti preferiu dar a vaga de titular a Lonekke
Slöetjs,
sua pupila também na seleção holandesa. A decisão gerou teorias de que a
escolha já teria sido feita com o pensamento nos Jogos do Rio. Sheilla
tenta não pensar muito nisso. Neste sábado, as duas opostas se enfrentam
pela primeira vez. Brasil e Holanda fazem a semi do Grand Prix, às 5h
(horário
de Brasília), com transmissão do SporTV. Na outra chave, EUA e Rússia
brigam
pela segunda vaga na final.
Ao chegar à seleção ainda longe de sua forma ideal, Sheilla
precisou ter paciência para evoluir. Cresceu com o time e teve sua melhor
partida justamente antes da semifinal contra as holandesas. Diante da Rússia, a
oposta foi a principal referência da equipe e fundamental para a vitória por 3 sets
a 0. O passado, ela diz, já não importa.
Sheilla fez sua melhor partida no ciclo contra
a Rússia (Foto: Divulgação/FIVB)
- Isso (a decisão do técnico de escalar a holandesa no
Vakifbank) não é comigo. Ele tinha motivos, claro. Nem gosto de tocar no
assunto. Prefiro nem tocar. Muitas coisas que acontecem e ficam nos bastidores.
Eu gosto dela – afirmou.
A brasileira reconhece as qualidades da companheira de clube e prevê muito trabalho para a defesa neste sábado:
- A oposta é uma atacante de força, posso dizer. As
holandesas são muito na força física. Elas estão chegando no nível das seis
seleções que vão disputar o título. Temos de estar preparadas para o jogo. Vai
ser um jogo difícil. A Lonne (Lonnecke Slöetjes) pega a bola muito alto, está
aprendendo a confiar mais nela. Que é uma coisa que ela não estava fazendo.
Temos de ter uma defesa boa – completou.
A seleção tem larga vantagem contra as holandesas no histórico do
confronto pelo Grand Prix. Em 11 jogos, o Brasil venceu dez. O único triunfo das rivais foi em 2007
Slöetjes justifica a escolha com seus números pela seleção.
A oposta é a principal jogadora de seu país. Na fase final do Grand Prix,
lidera as estatísticas de pontuação: são 46 pontos no total, sendo 38 de
ataque, seis de bloqueio e dois de saque. Contra o Brasil, ela é a principal
aposta na briga por um lugar na final.
Na Turquia, a falta de ritmo de jogo era compensada pelos
treinos. Em um elenco recheado de boas jogadoras, Sheilla conseguia manter o
nível mesmo sem jogar. Agora, ao evoluir na seleção, espera estar pronta para
atingir sua melhor forma na Olimpíada.
- Talvez tenha sido (seu melhor jogo contra a Rússia). Não
sei nem falar em números se foi ou se não foi, não acompanho muito. Mas a
seleção inteira está jogando mais solta. É natural essa evolução, ir se
soltando. E eu estou ganhando mais ritmo, com certeza. Ainda preciso evoluir em
tudo. Potência de ataque, que é uma coisa que o Zé fica tocando na tecla. Comigo
e com todo mundo. Preciso realmente soltar o braço em todas as bolas. Acho que,
individualmente, preciso melhorar em tudo.
Ataque, defesa, tudo. Estamos
melhorando nosso sistema defensivo. O Brasil sempre cresceu em cima disso.
Quanto mais a equipe melhorar nisso, o Brasil cresce - afirmou.
- Eu deixei de jogar alguns jogos. E, lá, meu treino era de
um nível muito alto. Eram todas jogadoras muito fortes, que fazem parte das
melhores seleções do mundo. Eu não deixei de estar em alto nível em hora
nenhuma. O negócio é realmente ganhar ritmo de jogo, sentir o momento que
devemos apertar o adversário, segurar. O Zé está nos matando fisicamente para
que, na Olimpíada, possamos soltar tudo - completou.
Lonnecke Slöetjes desbancou Sheilla na Turquia
(Foto: Divulgação/FIVB)
TREINO PUXADO
No dia sem jogos da seleção, o técnico José Roberto
Guimarães não poupou as jogadoras. Após folga pela manhã, fez um treino puxado
à tarde. Previsto para durar 1h30, passou das duas horas, seguido por trabalho
na musculação. Mesmo com a boa vitória sobre a Rússia, o treinador cobrou
acertos do time talvez de forma ainda mais incisiva. A única baixa foi Dani
Lins, que sentiu um desconforto muscular nas costas, mas não deverá desfalcar a
equipe.
Zé vê fatores positivos ao enfrentar a Holanda. Possível
rival em um cruzamento na Olimpíada, a equipe europeia foi elogiada pelo
técnico.
- É um jogo difícil. A Holanda é um time que tem crescido.
Conta com uma oposta (Slöetjes) de força, bem interessante, tanto no bloqueio
quanto no ataque. É ela quem resolve os problemas nas bolas altas e nos
momentos críticos do time. E é um time que vai jogar solto, tranquilo. É lógico
que é um grande perigo. A responsabilidade é nossa. E quando jogamos com a
responsabilidade, a pressão é maior, a questão de não poder errar. A gente, na
realidade, não está visando aqui. O Grand Prix é uma trajetória da Olimpíada.
Não adianta ficar segurando. Foi um treino pesado. Tem de ser dessa maneira.
Queremos chegar bem nos Jogos Olímpicos. Não é o momento de segurar. É momento
de criar lastro, de corrigir os erros. E, para isso, repetir, corrigir as
jogadas. Tem que conversar, ajustar os movimentos. Depois, na Olimpíada, seguramos.
Já não vai ter muita coisa para fazer.
Nome
oficial da cidade tem 167 letras, mas não foi reconhecido pelo Livro
dos Recordes. Agora, cidade se aproveita da paixão da torcida para
evoluir no esporte
As palavras podem até dar a ideia de um (grande) erro de digitação do
repórter. Juntas, porém, formam o nome oficial de Bangcoc (veja a tradução no fim da
matéria). Em uma tentativa
frustrada, a população tailandesa chegou a pedir a entrada no Livro dos
Recordes como maior nome de cidade do mundo. Pois bem. A cidade com 167 letras
no nome tenta, agora, ser reconhecida pelo vôlei.
Quando a Federação Internacional de Vôlei fez o anúncio
oficial, alguns estranharam – e reclamaram. Em meio ao calendário olímpico,
Bangcoc não era a sede dos sonhos das seleções ocidentais para a fase final do
Grand Prix. Última competição antes dos Jogos do Rio, uma vaga na busca pelo
título também significava uma viagem ainda mais longa. Há, porém, motivos para
a escolha.
Ginásio Huamark lotado para Brasil x Tailândia
(Foto: Divulgação/FIVB)
A
Tailândia está longe de ser uma potência no vôlei mundial.
No Grand Prix, nunca passou de um quarto lugar – sua melhor posição, em
2012,
na China. Nos últimos anos, porém, tem evoluído às custas de um alto
investimento e da paixão de sua torcida. O governo do país, então, usou
do poder
político para convencer a FIVB de aceitar o projeto tailandês de sediar a
fase
final. O complexo esportivo da cidade, além do ginásio Huamark, ainda
abriga um prédio com duas quadras e sala de musculação para o treino das
equipes.
A torcida agradeceu. Em menos de uma hora, comprou todos os
ingressos para os jogos das finais. Na partida do Brasil contra as donas da
casa, os únicos lugares vazios eram reservados a convidados da organização. No
ginásio, não parou de gritar e cantar um só instante. Teve espaço até para
apresentação de bandas e músicos locais, animando ainda mais as arquibancadas.
O esquema se repetiu diante da Rússia, nesta sexta-feira. A classificação para
a semifinal não veio – perdeu por 3 sets a 0, parciais 27/25, 26/24 e 25/19.
Mas nada disso importa. No domingo, volta à quadra para disputar o quinto lugar
contra o time reserva da China.
Torcida tailandesa compareceu em peso às
partidas de sua seleção (Foto: Divulgação/FIVB)
Bangcoc é uma das cidades mais visitadas do mundo. É,
também, uma das cidades mais quentes do mundo. Caótica em todos os pontos de
vista, tem um trânsito pesado, uma noite cheia de atrativos e um ritmo de vida
intenso. Durante o Grand Prix, poucas jogadoras da seleção se arriscaram a sair
do hotel nos momentos de folga. Ainda assim, a cidade ganhou elogios de José
Roberto Guimarães, assim como a equipe.
- A equipe da Tailândia melhorou muito nos últimos tempos.
Foi um pecado esse time não ter se classificado para os Jogos Olímpicos. Está
jogando muito bem. Por erros de arbitragem, acabou ficando fora. A organização
está de parabéns por tudo o que está fazendo no evento. O público compareceu, isso
é muito importante para o vôlei – disse.
A partida entre as donas da casa e a Rússia definiu os
confrontos das semifinais no Grand Prix.
O Brasil encara a Holanda neste sábado, às 5h (horário de Brasília), com
transmissão do SporTV. Na outra chave, os EUA, que derrotaram a China por 3
sets a 0, parciais 25/21, 26/24 e 25/22, enfrentam as russas, às 8h.
Tradução:
"A cidade dos anjos, a grande cidade, a cidade que é joia terna, a
cidade inabalável do deus Indra, a grande capital do mundo ornada com
nove preciosas gemas, a cidade feliz, Palácio Real enorme em abundância
que se assemelha à morada celestial onde reina o deus encarnado, uma
cidade dada por Indra e construída por Vishnukam". Bangcoc, sozinha,
significa "Cidade dos Anjos".
Elogiada por Zé,
estrela da Rússia confia na força de sua seleção para buscar ouro no
Rio: "Nós podemos, sim. Estamos fazendo tudo para que isso aconteça",
afirma
Por João Gabriel Rodrigues
Bangcoc, Tailândia
Nataliya Goncharova em ação pela Rússia
no Grand Prix (Foto: Divulgação/FIVB)
Ao sair de quadra após a derrota para o Brasil, Nataliya Goncharova
não quis falar. Era difícil explicar uma diferença tão grande de performance
entre seleções favoritas ao ouro olímpico. A vitória sobre a Tailândia, porém, devolveu
parte do sorriso da oposta. Apontada como uma das melhores jogadoras da
atualidade, respirou aliviada depois de guiar seu time às semifinais do Grand
Prix, contra os Estados Unidos, neste sábado, às 8h (horário de Brasília).
Antes, o Brasil enfrenta a Holanda na outra chave, às 5h, com transmissão do
SporTV.
A oposta diz que ainda há um longo caminho a percorrer. Reconhece
que a equipe não está em sua melhor forma. Torce, porém, para um novo encontro
contra o Brasil, na decisão de domingo. E garante que, apesar de toda a
rivalidade em quadra, não tem problema algum com as brasileiras.
- Não é verdade (que tenhamos problemas). Eu jogo no mesmo
time que a Fernanda Garay (Dínamo de Moscou). É uma ótima garota. Eu não acho que
as meninas do Brasil sejam ruins. São ótimas garotas, estão sempre sorrindo. Isso é bom. Quando dois
bons times se enfrentam, é normal (que haja algum momento mais ríspido) em
quadra. Mas eu respeito muito todas elas.
Antes do duelo contra o Brasil, Goncharova era o principal temor
de Zé Roberto. O técnico apontou a jogadora como uma das melhores do mundo e
pediu atenção. Ao saber dos elogios do treinador, a russa abriu um sorriso sem
graça e agradeceu.
- É tão bom saber que um técnico assim, da seleção
brasileira, diz algo assim. Fico muito feliz.
Nataliya Goncharova diz que sua seleção tem chances de levar ouro no Rio (Divulgação/FIVB)
Em Bangcoc, Goncharova afirma que a equipe tem sentido a
ausência de Tatiana Kosholeva, que permaneceu na Rússia para tratar uma lesão
nas costas. Para ela, a ponteira, com quem divide a responsabilidade ofensiva
em sua seleção, é essencial nos planos para o Rio.
- Sentimos falta de Tatyana. Se ela tivesse jogado aqui,
seriam jogos mais leves. Contra o Brasil, sentimos a falta dela. Ela é ótima
jogadora, ótima no ataque. Precisamos dela.
A derrota não abalou a confiança da oposta. Diz que o time
precisa evoluir até os Jogos, mas aposta em um ouro olímpico. E dá até bronca
quando ouve a palavra “talvez” ao falar sobre as chances de sua seleção.
- Acho que precisamos treinar ainda mais. Não estamos em
nossa melhor forma aqui em Bangcoc. Ainda temos duas semanas. Precisamos
treinar. Por que você diz talvez? Nós podemos, sim. Estamos fazendo tudo para
que isso aconteça. Estou ansiosa.
Jornalista inglesa com 16 anos de experiência na BBC World Service, entre 1986 e 2002, Sue Branford trabalha há seis anos no site Latin America Bureau, LAB, como voluntária.
Teve experiência como correspondente no Financial Times e na Economist, morando em diferentes países latino-americanos. Ocasionalmente publica textos no Guardian.
Sue participou de um evento chamado Brazil Forum UK 2016 entre os dias 17 e 18 de junho. Numa mesa com o diretor editorial do jornal Folha de S.Paulo, Otavio Frias Filho, ela criticou a cobertura da grande mídia no golpe contra a presidente Dilma Rousseff.
Citou a concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucas famílias no Brasil, a quantidade substancial de notícias que prejudicaram deliberadamente o governo, falou do Manchetômetro, além de mencionar Mino Carta.
De maneira grosseira, Frias disse que os argumentos de Sue Branford pareciam “com os de uma petista” e que ele sentia falta de um “representante do PSDB na mesa” para supostamente equilibrar o debate.
O diretor da Folha afirmou que foi pessoalmente contra o impeachment, apesar da posição de seu jornal. O DCM conversou com Sue Branford sobre o Brasil:
DCM: O que você achou do dono da Folha chamá-la de petista?
Sue Branford: Eu fiquei surpresa com a resposta de Otavio Frias. A base das minhas críticas à grande imprensa brasileira está em estudos cuidadosos de instituições como Repórteres Sem Fronteiras, que denunciou o caráter partidário dos proprietários dessas mídias. Por isso, Frias não tinha base para me desqualificar como jornalista profissional.
Só posso deduzir que ele foi até Londres esperando um evento de relações públicas, para divulgar o jornal dele, e que não esperava críticas. No entanto, o evento ocorreu dentro da London School of Economics, uma das maiores universidades no mundo. Ele deveria saber que seria desafiado ali.
DCM: Como assim?
SB: Eu realmente tenho a intuição de que ele não está acostumado a ser criticado. E eu tenho a percepção que os brasileiros são respeitosos demais com as pessoas com poder.
DCM: Você acha que a opinião de Otavio Frias Filho é particular ou reflete a grande mídia em geral?
SB: Acredito que a cobertura do impeachment feita por toda grande mídia no Brasil foi tendenciosa. Essas empresas e suas famílias de fato tentaram manipular a opinião pública. Quando o canal GloboNews estava cobrindo a votação do impeachment na Câmara, eles colocaram analistas toda vez que um deputado pró-Dilma discursava contra.
Isso dá a impressão falsa que todos os políticos são favoráveis ao impedimento. No começo deste ano, viajei no rio Iriri no estado do Pará. A única fonte de notícias local deles é o Jornal Nacional da Globo, depois da novela das 8. Foi chocante o alto nível de hostilidade deles ao ex-presidente Lula.
Vendo as notícias desses grupos, temos a impressão de que o PT é mais corrupto que os demais partidos, o que não é verdade.
DCM: As 5 maiores famílias da mídia, incluindo Frias, Marinhos, Civitas e Mesquitas, vão perder a concentração da publicidade com a internet?
SB: No longo prazo, eles estão condenados, mas o país precisa de bons jornalistas investigativos independentes e não está claro quem vai financiá-los. Quando vivi no Brasil pela primeira vez, entre os anos 70 e 90, os repórteres especiais da grande imprensa escreviam bem sobre a Amazônia e a seca do nordeste.
Esses profissionais não ganham o mesmo destaque em parte pela crise de financiamento da mídia. Este é um problema presente no Reino Unido e não temos uma resposta clara para isso.
DCM: A imprensa internacional cobriu bem o impeachment de Dilma?
SB: A maior parte da mídia global cobriu bem esta crise. Eu destaco o Jonathan Watts do Guardian, o Glenn Greenwald do Intercept, além da Stephanie Nolen do The Globe and Mail. Eles reportaram o debate se está ocorrendo de fato um golpe no Brasil ou não.
Esses assuntos não são discutidos de maneira adequada pela mídia brasileira. Ela não discute se há golpe em curso ou não. E a imprensa ajuda as pessoas a darem muita importância ao que é dito lá fora. A grande mídia brasileira é muito mais interessada em saber como o país é visto em comparação com outros países que conheço.
DCM: Você já viu alguma crise como a atual no Brasil?
SB: Eu cobri o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello e foi empolgante, com milhões de pessoas protestando nas ruas. Mas aquilo foi diferente, o país não estava dividido e a maioria era favorável ao impedimento. Collor perdeu o mandato numa situação mais favorável.
O que torna a crise atual perigosa é que ela foi fabricada pela direita política para golpear Dilma. Ninguém realmente acredita que ela sofrerá impeachment pelas “pedaladas fiscais”. É aceito por muitos da direita este argumento como pretexto para derrubar o mandato.
Isso coloca em xeque a base da democracia no Brasil, que é recente. Basta ver como ela surgiu em 1985. A direita no Brasil não aceita a vitória de Dilma em 2014, então eles encontraram outro meio de tirá-la do governo. A situação abre um precedente perigoso.
DCM: É importante para a mídia internacional criticar a brasileira?
SB: Não acredito que é função da imprensa global criticar os grupos do Brasil. Só fiz isso porque era o tema do painel que participei com Otavio Frias em Londres. Afirmei o que muitos brasileiros já sabem.
DCM: Temos saídas para a grande imprensa brasileira?
SB: Claro que existem alternativas. Há um novo centro de jornalismo independente em grupos como Agência Pública, Mídia Ninja, Fluxo, Nexo, Revista Fórum e muitos outros. Surgem novas iniciativas toda hora. O crescimento das redes sociais no Brasil também facilita novas formas de se informar. O que falta são formas de sustentar tudo isso.
Falta a esses veículos mudar a agenda do país, enquanto a Globo ainda faz isso com uma cobertura de qualidade muito ruim.
Não sou contra a audiência que a grande mídia tem. O que eu condeno é a manipulação e a distorção do noticiário. Temos que ser honestos nas reportagens, o que significa dar destaque ao que não apreciamos.
DCM: A Inglaterra é um exemplo de regulação de mídia?
SB: Na verdade eu acho que não. Nós temos muitos problemas também. Temos bons jornais como Financial Times, Guardian e muitos outros. Entretanto a mídia de boatos do império Murdoch, como o Sun e o Daily Mail, é terrível. Eles não manipulam com tanta influência e abertura quanto a Globo, mas também divulgam mentiras e distorções. Esforços são realizados para regular a mídia, mas ainda não tivemos todo o sucesso esperado.
DCM: BBC é um bom modelo?
SB: Sim, a BBC é um verdadeiro modelo de TV pública, com independência real. Trabalhei com eles por mais de 10 anos e a única vez que vi intervenção do governo foi durante a Guerra das Malvinas na Argentina. A redação resistiu. Os conservadores ingleses querem privatizá-la e isso seria um grande erro. Assim como foi equivocado da parte dos governos do PT no Brasil não ter criado uma televisão do calibre da BBC para os cidadãos de seu país.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Sobre o Autor
Escritor, jornalista e blogueiro. Autor do projeto Geração Gamer, que cobre jogos digitais feitos no Brasil. Teve passagem pelo site da revista EXAME e pelo site TechTudo.
Fosse o Brasil um país com uma democracia mais sólida e instituições mais isentas, a renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara seria recebida como a desmoralização última do processo de impeachment.
Responsável pela aceitação de uma denúncia estapafúrdia assinada por gente como Janaína Paschoal, Cunha é a tradução perfeita da ausência de moralidade e de legalidade que permeiam todo o processo que levou ao afastamento de uma presidenta legitimamente eleita.
A sua queda – ainda que com uma demora secular e sobretudo muito longe de ser a que realmente importa: a sua prisão – ratifica sobremaneira o vício e a injustiça do golpe que pretende cassar 54 milhões de votos soberanos.
Unmute
Unmute
Unmute
Unmute
Unmute
O fato é que não vivemos num país justo. Aliás, quem mais deveria zelar pela justiça, o Supremo Tribunal Federal, contribuiu irreparavelmente pela desordem e pela instabilidade dos poderes.
Tivesse Eduardo Cunha sido tratado como realmente é, um criminoso internacional e sociopata perigoso, muito provavelmente não teríamos chegado a esse ponto.
A demora do STF em afastá-lo permitiu que um desequilibrado fizesse da casa mais importante da república um instrumento pessoal cuja única finalidade se resumiu a proteger e acobertar toda a sorte de crimes, chantagens e ameaças.
E ainda pior.
Permitiu, com a sua inépcia, que um traidor covarde, através da chancela de corruptos de igual estirpe, ocupasse um cargo que jamais teria pela vontade irrestrita e declarada do povo.
Definitivamente, a única coisa mais afrontosa que Eduardo Cunha na presidência da Câmara é, sem dúvidas, Michel Temer na presidência da República.
Se ainda resta a Cunha o discurso de ter chegado à presidência da Câmara pela via dos votos, nem isso Temer pode alegar. A ilegalidade de sua presidência é ainda mais aviltante e se aprofunda à medida que se aprofunda a ruína de quem deu início a tudo isso.
Humilhado, Eduardo Cunha saiu da presidência que tanto sonhou através de uma carta de renúncia ridícula que nada mais fez do que retratar toda a tragédia que foi a sua gestão.
Michel Temer terá, independente do que aconteça no Senado, um desfecho ainda pior.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Sobre o Autor
Economista com MBA na PUC-Rio, Carlos Fernandes trabalha na direção geral de uma das maiores instituições financeiras da América Latina