domingo, 26 de junho de 2016

O Xadrez dos fantasmas de Temer e as eleições indiretas



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/o-xadrez-dos-fantasmas-de-temer-e-as-eleicoes-indiretas


Definição 1 – os novos inquilinos do poder

Há dois grupos nítidos dentre os novos inquilinos do poder.
Um, o PMDB de Michel Temer, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Geddel Vieira de Lima e Romero Jucá, grupo notório.  O outro, um agrupamento em que se somam grupos de mídia, Judiciário, Ministério Público Federal e mercadistas do PSDB. Vamos chama-los de PSDB cover, pois inclui as alas paulistas e os mercadistas cariocas do PSDB. A banda de Aécio Neves é carta fora do baralho.
Por vezes, o PSDB cover provoca indignação. Já o grupo de Temer provoca vergonha, um sentimento amplo de humilhação de assistir o país governado por grupo tão suspeito, primário e truculento. E menciono esse sentimento não como uma expressão individual de repulsa, mas como um ingrediente político que será decisivo nos desdobramentos políticos pós-impeachment, que rabisco no final.
O grupo de Temer quer se apropriar do orçamento com vistas às próximas eleições. O PSDB cover quer se valer da oportunidade para reeditar as grandes tacadas do Real.
Temer e seu grupo são mantidos na rédea curta, com denúncias periódicas para mostrar quem tem o controle do processo. Deles se exige espaço amplo para as articulações financeiras do PSDB cover e o trabalho sujo para desmontar qualquer possibilidade da oposição nas próximas eleições.

Definição 2 - a estratégia econômica

Ao longo de 2013 e 2014 Dilma perdeu o foco da política econômica e deu início à sequência de isenções fiscais, arrebentando com as contas públicas. No final de 2014 havia um grande passivo das chamadas “pedaladas”.
Um pouco antes de vencer as eleições, Dilma anunciou publicamente a substituição do Ministro da Fazenda Guido Mantega por Joaquim Levy, provocando ressentimentos em Mantega.
Passadas as eleições, foi aconselhada a zerar os passivos ainda em 2014.
Demitido em público, mas ainda Ministro, Mantega recusou-se a tomar as medidas necessárias. Indicado Ministro, mas ainda não empossado, Joaquim Levy também preferiu postergar.
Assumindo Levy, Dilma anuncia a estratégia da chamada contração fiscal expansionista. Ou seja, um enorme choque fiscal que devolveria a confiança aos agentes econômicos que voltariam a investir.
Os empresários ficariam tão encantados com o choque fiscal que nem ligariam para a queda da demanda, aumento da capacidade ociosa, taxas de juros estratosféricas. Como diria Gil, “andar com fé eu vou”. E fomos.
O primeiro desastre foi o anúncio do plano a seco, como primeira manifestação de Dilma. Foi um suicídio político.
No meio do ano estava claro o fracasso da estratégia que, ao derrubar ainda mais a economia, ampliou a recessão, a queda de receitas e, consequentemente, os desajustes fiscais.
Passou-se todo o segundo semestre discutindo a revisão da política, sem que nada fosse feito. Levy acabou saindo antes deixando armada a bomba fiscal e a política.
Mudou-se a estratégia para a flexibilização fiscal reformista.
Consistiria no governo assumir um resultado fiscal menor no curto prazo, para absorver a perda de receita. E, para reconquistar a confiança do mercado, em vez do ajuste fiscal, uma reforma fiscal.
Flexibilizaria no curto prazo, para devolver um pouco de fôlego à economia. E acenaria com reformas de médio prazo, visando devolver a confiança no equilíbrio fiscal.
Em dezembro de 2015 a fogueira política parecia ter refluído. A proposta foi apresentada em janeiro de 2016, com os seguintes ingredientes:
1.     Pedido de autorização do Congresso para um déficit maior.
2.     Limites de gastos orçamentários.
3.     Reforma da Previdência.
Na proposta Nelson Barbosa, os limites de gastos orçamentários seriam definidos a cada quatro anos pelo Congresso. Substituir-se-iam os gastos obrigatórios por metas obrigatórias a serem alcançadas. Seja qual fosse o resultado, haveria a possibilidade de correção de rumos a cada quatro anos.
Em relação à Previdência, haveria um aumento na idade mínima, mas com uma longa regra de transição, de maneira a poupar quem já tivesse ingressado no mercado de trabalho.
Mas, àquela altura, a governabilidade já tinha ido para o espaço, graças à combinação da Lava Jato com Eduardo Cunha. A cada semana, a Lava Jato soltava uma bomba política e, após o recesso, Cunha soltava uma bomba fiscal.
A equipe de Meirelles pegou as propostas e turbinou com Red Bull.
Hiperflexibilizou no curto prazo obtendo autorização para um déficit de R$ 170 bilhões para pagar a conta do impeachment. Produzindo um buraco maior, pressionaria por reformas muito mais radicais do que as previstas pelo governo Dilma.
Em relação ao limite de gastos pretende amarrar o orçamento por 20 anos, em cima dos gastos de 2016, espremidos por dois anos de quedas de receitas. Se passar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional), um grupo que não recebeu nenhum voto nas últimas eleições, membros interinos da junta de poder, definirá o orçamento para os próximos três presidentes da República.
Não é apenas isso.
A deterioração das contas públicas abrirá espaço para as famosas “tacadas” – termo que Rui Barbosa utilizava para as jogadas do encilhamento; e que os economistas do Real praticaram na política cambial e nas privatizações.
Os negócios estão caminhando a mil por hora.
1.     De cara, haverá a rentabilíssima operação de vendas de ativos públicos depreciados. O Projeto de Lei apresentado pelo senador Tasso Jereissatti vai nessa direção, ao inviabilizar qualquer recuperação de empresa pública e colocá-la à venda sem nenhuma estratégia setorial ou de valorização dos ativos.
2.     Nessa panela entrarão as vendas de participação do BNDES, com o mercado no chão.
3.     Se acelerarão as concessões com margens altas de rentabilidade, abandonando de vez as veleidades de modicidade tarifária.
4.     No caso da participação externa em companhias aéreas, por exemplo, havia estudos para autorizar até 49% podendo chegar a 100%, mas apenas dentro de acordos de reciprocidade com outros países. Já se mudou para autorização para 100%, sem qualquer contrapartida. Altas tacadas e altas comissões.
Estão no forno duas outras medidas complicadas. Uma, visando retirar do BNDES R$ 150 bilhões de recursos não aplicados; outra vendendo R$ 100 bi em ativos do Fundo Soberano.
No caso do BNDES, o governo Dilma tinha pronto medida colocando à disposição dos bancos comerciais os recursos não aplicados pelo BNDES, nas mesmas condições. Seria uma maneira de impedir o travamento dos investimentos.
Mesmo assim, a flexibilização do orçamento e a perspectiva do fundo do poço ter sido alcançado no primeiro trimestre, promoverá algum desafogo na economia nos próximos meses.

Definição 3 – os desdobramentos políticos

E aí se chega no busílis da questão, no xeque pastor – o mais rápido do xadrez. Vamos compor esses quebra cabeças com as peças que se têm à mão.
Lembre-se: não são apostas cravadas nas hipóteses abaixo, são  possibilidades. As peças estando em determinadas posições, abrem espaço para estratégias prováveis.

Peça 1 – o reino da democracia sem voto

Hoje em dia, se está no mundo que o PSDB cover pediu aos céus: uma democracia sem votos. O exército das profundezas, organizado por Eduardo Cunha, está prestes a ser desbaratado. O poder de fato é exercido hoje pela combinação da mídia com o Ministério Público, Judiciário e Tribunal de Contas, substituindo o sufrágio popular.
Essa combinação está permitindo mudanças constitucionais, derrubada de presidentes sem obedecer às determinações constitucionais, destruição de setores e empresas em torno da bandeira genérica da luta contra a corrupção.

Peça 2 - Michel Temer é um interino inviável.

A última edição da revista Época revela mais uma ponta da parceria de Temer com o  coronel da reserva da PM paulista João Baptista Lima Filho, sócio da Argeplan, incluída em obras da Eletronuclear sem possuir experiência para tal. Lima foi citado pelo presidente da Engevix como receptador de R$ 1 milhão cujo destinatário final seria Temer.
Não é a primeira menção à parceria Lima-Temer.
Anos atrás, em um processo de divórcio de um ex-gestor do porto de Santos, ao detalhar as formas como o ex-marido amealhou patrimônio, foi mencionado especificamente o que ele recebia de propinas e o que era encaminhado para Lima e Temer.
Na época, o MPF e o Judiciário pediram arquivamento do caso. Agora, Lima reaparece na delação da Engevix. À esta altura, jornalistas e procuradores estão juntando mais elementos das parcerias.
Mais que isso: se a parceria com a mídia não impediu a denúncia das relações tenebrosas de Temer, o que impedirá a colheita no manancial de escândalos protagonizados por Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima? E ainda não se chegou ao tema central, da delação de Marcelo Odebrecht.
Não haverá blindagem capaz de garantir Temer. É uma relação ampla de delações com seu nome obrigatoriamente envolvido. Mesmo em nome da governabilidade, não será possível passar ao largo das evidências.
Em dezembro de 2014, por exemplo, a Secretaria de Aviação Civil (SAC), não mais sob controle de Moreira Franco, anulou licitação para contratação de empresa consultiva de engenharia, para monitorar todas as atividades do Fundo Nacional de Aviação Civil. O consórcio vencedor era formado pela Engevix e pela Argeplan Arquitetura e Engenharia.

Peça 3 – as eleições indiretas

Chega-se, finalmente, à perspectiva mais imediata de xeque, que não inclui a volta de Dilma.
Primeiro, tem-se o desafio da votação do impeachment. Passando ou não, tem-se a segunda barreira, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Nos últimos dias, ventilou-se a tese Gilmar Mendes, de montar uma operação para supostamente legitimar Temer. Consistiria no TSE barrar Dilma e Temer. Pela Constituição, um mês depois haveria eleição indireta pelo Congresso, sem obrigatoriedade de candidaturas de parlamentares, mas com a promessa de Temer poder se candidatar e ser eleito.
Isto é o que se diz.
Se o custo Temer estiver muito alto, nada impedirá o PSDB cover de lançar Henrique Meirelles, abolindo os intermediários, ou alguma articulação mais ampla passar pelo presidente do Senado Renan Calheiros.

E Aecím ainda está solto...



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/e-aecim-ainda-esta-solto


Cidade Administrativa encheu o bolso do herói tucano!

publicado 26/06/2016
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Conversa Afiada reproduz reportagem de Mário César Carvalho e Bela Megale, na Fel-lha:
O empreiteiro Léo Pinheiro, sócio e ex-presidente da OAS, vai relatar, com base em documentos, que pagou suborno a auxiliares do então governador de Minas Gerais, o hoje senador Aécio Neves (PSDB), durante a construção da Cidade Administrativa.
Trata-se da mais cara obra do tucano nos oito anos em que permaneceu à frente do Estado, entre 2003 e 2010.
O relato de Pinheiro sobre o centro administrativo, um complexo inaugurado em 2010 para abrigar 20 mil funcionários públicos, faz parte do acordo de delação premiada que está sendo negociado com procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba e Brasília. O acordo ainda não foi assinado.
Segundo Pinheiro, a OAS pagou 3% sobre o valor da obra a um dos principais auxiliares de Aécio, Oswaldo Borges da Costa Filho.
(...)


É O PLEBISCITO OU O GENERAL ETCHEGOYEN




FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/e-o-plebiscito-ou-o-general-etchegoyen


A GSI quer extinguir a Esquerda


publicado 26/06/2016
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Como o pioneiro Golbery, Etchegoyen será um exterminador
Conversa Afiada reproduz afiado artigo de Flávio Aguiar, na Carta Maior:

Os golpes vêm para ficar

“Perde-se a vida, ganha-se a batalha!”
ou 
“Ganha-se a vida, perde-se a batalha!”
Do Capítulo LV, de “D. Casmurro”, de Machado de Assis.

No referido capítulo do romance de Machado, o protagonista e narrador Bentinho hestia entre os dois finais di soneto que pretende escrever. E que, no final, não o faz. Em suma, o soneto, quando menos, perdeu ambos, a vida e a batalha.

Mutatis mutandis, é uma situação hoje enfrentada pelas esquerdas brasileiras, sobretudo, as extremas. Que não gostam do PT. Que nunca gostaram do PT. Que se desiludiram com o PT. Enfim, tudo.

A dúvida cruel, de bastidor, porque inconfessa, pode assim ser resumida: o governo Temer é fraco (e é); o governo Dilma também é e será fraco, se houver uma nova volta; melhor combater um governo Temer fraco e ilegítimo do que um governo Dilma fraco mas legítimo; então vamos por panos quentes numa possibilidade da volta de Dilma; a volta dela está ficando ligada à ideia de um plebiscito sobre a antecipação das eleições; então, se esta a fórmula para ela retornar com força, menos que mínima, somos contra. O resto, convenhamos, é silêncio. Porque tal nano se diz. Fica nas entrelinhas. Nas linhas se diz que o plebiscito é duvidoso, pode legitimar o golpe, pode abrir a porta para uma derrota das esquerdas… etc.

Aí chovem desdobramentos, sendo o principal o de que poderemos (as esquerdas) perder as eleições e assim abrir espaço para um governo legitimamente eleito fazer as barbaridades que este quer fazer, sem legitimidade.Esta linha de argumentação incorre no erro histórico de setores da esquerda em 1964. Estes setores consideravam que o golpe era uma quartelada de pernas curtas; que logo os militares se viriam compelidos a devolver o poder aos civis; e que, assim, o afastamento de Goulart e dos trabalhistas era uma bênção histórica, pois liberaria os trabalhadores do jugo populista e os lançaria nos “Caminhos da liberdade”.

Este tipo de análise esquece uma premissa importante: nem sempre quem está no Palácio está no poder, e vice-versa. Veja-se o caso brasileiro: quem está no Planalto é Temer e sua tropa. Mas quem está no poder é, já agora, um conluio entre:

- o general do Gabinete de Segurança Institucional;

- seus contatos no Instituto Millennium e na mídia golpista;

- contatos em alguns ministérios, setores do funcionalismo insatisfeitos com o governo, etc.

- o ministro da Justiça, que foi a Curitiba visivelmente para convencer Moro a voltar a agir;

- De certo modo, o próprio Moro, dotado de superpoderes judicias e que continuará fazendo o que quiser contra os petistas.

- Além disto, devem fazer parte deste núcleo do complô um bando desconhecido de contatos internacionais - não mais através das sinistra CIA, mas através destas redes de ONGs, siglas e contra-siglas, que fornecem matéria prima para os agentes brasileiros.

- Este grupo deve manter contatos constantes entre si, para manter sua hegemonia sobre as decisões que vierem a ser adotadas.

O general do GSI foi investido de poderes capazes de driblar o Ministério da Defesa. Vai a Israel fechar acordos relativos à segurança. Vai investigar e cadastrar as esquerdas. Temer devolveu aos ministros militares prerrogativas quanto a dados de carreira que Dilma havia retirado.Moro, depois da visita do MJ, volta a agir, com os poderes absolutos de sempre. Manda invadir casa de senadora sem mais aquela. E o STF faz o papel de vaquinha de presépio.

Para este grupo, Temer foi um acidente de percurso. Poderá ser mantido ou não. Se for mantido, é este grupo que ai redesenhar, com a Globo e arredores, mais a FIESP e suas contribuições, o futuro do Brasil. Não vai haver complacência com relação às esquerdas.

Para este núcleo duro nada pior do que alguma forma de consulta popular. O ideal seria já em 2017 votar uma emenda parlamentarista e algo como uma eleição indireta para a Presidência da República.

Mas diante deste quadro, as esquerdas estão agora empenhadas numa discussão interna. O curioso é que para algumas delas a consulta popular parece tão ameaçadora quanto para o núcleo duro do golpe. Preferem enfrentar um governo Temer - ou outro dele emanado - ilegítimo - do que correr o risco de ver um governo Dilma retornar, mesmo que para comandar uma eleição antecipada. O plebiscito parece uma ameaça: podemos perder! Sim, podemos perder, mas eu diria que nesta altura é a única arma institucional que temos para se contrapor a avalanche do núcleo duro do golpe. Além de que, parece, somente ele poderia abrir uma possível porta para a derrota do impeachment no Senado. Sem este apoio institucional, iremos de manifestação em manifestação até a perda de fôlego. E aí a direita realmente reinará. Com ou sem seus trouxinhas a tiracolo, pois eles terão se tornado dispensáveis.

Não vejo saída sem o plebiscito. Só entrada, mais uma e de vez, num longo túnel chamado golpe. Trata-se aqui de ganhar a vida e a batalha.

CIRO DÁ AULA SOBRE PATIFARIA DOS JUROS



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/economia/ciro-da-aula-sobre-patifaria-dos-juros



Como diz o Brito: o que temos é o “jornalismo de mercado”
publicado 26/06/2016
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Como os neolibelistas ganham rios de dinheiro com o COPOM
Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, no Tijolaço:

Ciro, os cortes no Orçamento e os juros. Um bela aula, assista

Só hoje vi o vídeo da palestra de Ciro Gomes, há 15 dias, na Universidade de Santa Catarina.

É muito boa e clara, com a linguagem sempre desabrida de Ciro.

Vale assistir, porque desmistifica a história de que os cortes nos programas sociais e uma eventual redução nos juros não responderão às necessidades do país.

Ajuda a suprir a falta do jornalismo econômico que não temos, temos “jornalismo de mercado”.
VEJA O VÍDEO CLICANDO NO LINK DA FONTE ACIMA

Aldir: Pais & Filhos da ... Pátr



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/aldir-pais-filhos-da-patria


Aguardo o pronunciamento da Marina d'Arc...

publicado 26/06/2016
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Aldir aguarda o Moro exigir a condução coercitiva da mulher do Cunha
Conversa Afiada reproduz a coluna de Aldir Blanc, no Globo:

Pais & Filhos da pátria

Enquanto aguardo a renúncia de Treme-Temer (fez a gentileza de fornecer os motivos), saúdo a delegada federal Andrea Pinho. Graças a ela, ficou claro: não foi só o avião do probo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos que fez BUM! Explodiu também um escândalo de 600 milhões, envolvendo não só o canonizado político do PSB, a degradada legenda que se aliou a Bum-bum Garoto, mas também outros figurões do bando. Em produção bem brasileira, Húbris e Nêmesis abraçaram-se e uma parte da roubalheira comprou o avião que matou o candidato na época. Um dos meliantes, foragido, foi encontrado morto em motel. Apressaram-se a dizer que o criminoso já havia tentado o suicídio. Claro. Socialistas éticos não se transformam em cinzas (opa!) de arquivo queimado como qualquer P.C. Farias. No momento em que escrevo, ainda aguardo pronunciamento de Marina d’Arc sobre essas patifarias. O clamoroso silêncio da enredada me recordou um outro, o da polícia do Reino Desunido sobre o assassinato de Jo Cox. Como o criminoso não era muçulmano, mas um inglês direitista, calaram a boca. Afinal, o corrupto Cameron também é de direita e há um protocolo a seguir nessas questões...

Quem perdeu um belo momento pra fechar a cloaca foi o parlamentável Caio Narcio, que votou no processo de linchamento em nome da formidanda honestidade do paizão, Narcio Rodrigues, em cana logo depois (ficou bem de vermelho penitenciário). Faz o seguinte, Caio de Quatro: entrega a defesa de papi para a janaraca e poderemos rir ainda mais do circo. Narcio Pai é ex-sectário do Anastasia (Anasta continua solto, como seu chapinha, o tucano inventor do mensalão, Eduardo Azeredo, condenado a 20 anos pela juíza Melissa Pinheiro).

As mulheres estão mandando ver! Depois da covardia de 17 — isso mesmo, dezessete — magistrados, a juíza Daniela Barbosa botou atrás das grades os tarados que exploravam sexualmente, viciando-as em droga, adolescentes e crianças, em Campos dos Goytacazes. Entre os malfeitores estava o brô evangélico de Anthony Garotinho.

Esse negócio de Caio e do explodido Eduardo Campos serem de famílias políticas não funciona. Um dos crápulas mais citados nas delações, soltinho da Silva, também é neto ilustre e está samarcado até o, digamos, nariz... E um furo procês: a Odebrecht teria comprado, para facilitar pagamento de propinas, um banco no arquipélago de Antígua e Barbuda. Segundo o procurador da Vaza-Jato, Dr. D’Artagnanpropanolol, é preciso apurar se Barbuda serviu de codinome para a mulher de Lula.

Claudia Cruz não se apresentou ao juiz Moro. Cadê a tal blablá coercitiva?

Supremo TZ: por que temos que sustentar o chef, mordomo, sommelier, jardineiro, dançarinas exóticas na mansão de ChikunCunha? Isso está errado.

Ah, Dornelles “não sabia” da compra, 361 mil reais, em framboesas, mirtilos e salmão para alimentar o gabinete...
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Se você está enojado, compre “Malandro Beleza”, livro do carioca da gema e do Estácio, Nilo Braga. Garanto que é uma pérola da Guanabara!

Aldir Blanc é compositor

Jânio e a violência contra Gleisi: a exceção se instalou!



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/janio-e-a-violencia-contra-gleisi-a-excecao-se-instalou



Moro dá prêmio a delator!

publicado 26/06/2016
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Do artigo "Quem é presidente", de Jânio de Freitas na Fel-lha:
 INVERSÕES

Numerosos senadores, inclusive do anti-PT, reagiram à batida da Polícia Federal, em busca do ex-ministro Paulo Bernardo na residência da senadora Gleisi Hoffmann, em imóvel do Senado. A PF agiu sem a autorização da única instância autorizada a dá-la -o Supremo Tribunal Federal. Admitir que a direção e delegados da PF não soubessem dessa exigência seria depreciá-los por muito pouco. O mesmo se pode dizer do juiz que, sem competência para tanto, emitiu a autorização.

O que talvez se torne explicável pela relação de Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal Criminal de SP, com sua orientadora Janaína Paschoal -a coreográfica advogada que recebeu dinheiro do PSDB para fazer um parecer sobre o impeachment de Dilma (Em tempo: que se saiba, não é em coreografia política que o juiz se faz orientar).

De fato, há erros demais para um só episódio. Mas se o Senado ainda não percebeu, na atual inversão de autoridade e de preceitos os senadores estão ultrapassados no status institucional. Têm situação ainda muito melhor que a dos deputados, mas inferior à da Polícia Federal, de parte do Ministério Público e de parte do Judiciário. Na semana passada, até o Supremo precisou reagir, por intermédio do ministro Teori Zavascki, à apropriação de atribuições judiciais suas pela Polícia Federal.

É a sério essa observação. Estamos a caminho, já entrados nele, de muitas inversões radicais, para um novo regime. Seria melhor começar a observá-lo.

PRÊMIO

O delator e empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, foi condenado pelo juiz Sergio Moro a oito anos e dois meses. De liberdade, para desfrutar sua riqueza feita sabe-se como. A pena não passa do papel (e sem trocadilho).


Quem é o melhor amigo do Aecím?



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/quem-e-o-melhor-amigo-do-aecim


Rolls-Royce, jatinho... E ainda está solto, Moro?

publicado 26/06/2016
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Amigo navegante de memória desagradável se lembra desses dois posts do Conversa Afiadaque tratam do melhor amigo do Aecím, herói da denúncia da Fel-lha:

De quem é o Rolls Royce que o Aécio gosta de usar ?

Acompanhe, amigo navegante, essa história que parece um 007: diamantes, jatinho, um Rolls Royce, namoradas deslumbrantes e um carioca bonitão

Conversa Afiada republica duas notícias de jornal que tratam de amigo do peito do Aécio.

É ele quem empresta o jatinho ao Aécio.

Agora se vê que é dele o Rolls Royce que o Aécio usou para tomar posse.

Este cavalheiro - o amigão do peito - está envolvido numa pueril operação de contrabando de diamantes de Minas, devidamente investigada pelo corajoso Juiz Fausto De Sanctis, antes de ser promovido a Juiz de litigio de velhinhos com o INSS.

Acompanhe, amigo navegante, essa história que parece um 007: diamantes, jatinho, um Rolls Royce, namoradas deslumbrantes e um carioca bonitão.

Nem Ian Fleming!

Viva Minas!

Viva o Brasil!

Paulo Henrique Amorim

Luxo à moda antiga
Rolls-Royce Silver Wraith, usado na posse do governador Aécio Neves, é exemplo fiel da sofisticação dos automóveis produzidos pela marca inglesa

Caderno de Veículos - Estado de Minas

Quem teve a oportunidade de ver de perto, ou pela TV, a posse do governador Aécio Neves, de Minas Gerais, certamente se encantou com o belíssimo automóvel que o conduziu até a Assembléia Legislativa. O Rolls-Royce Silver Wraith, de 1953, que pertence ao colecionador mineiro Oswaldo Borges da Costa Filho, chama a atenção por suas belas formas e imponência. O modelo retrata de forma fiel o que ainda representam os automóveis feitos pela marca inglesa.

A Rolls-Royce surgiu em 1906, depois da fusão das empresas de Charles Stewart Rolls, piloto e comerciante de automóveis, e Henry Royce, dono de uma pequena loja de materiais elétricos, com sede em Manchester. No acordo inicial, ficou determinado que Royce fabricaria os carros e Rolls os venderia. Assim nasceu uma das marcas de automóveis mais conceituadas do mundo, conhecida por produzir modelos com sofisticado acabamento e conjunto mecânico sólido.

O primeiro Rolls-Royce apresentado no Salão de Paris de 1906 foi o 40/50 HP, modelo que posteriormente receberia a denominação de Silver Ghost (espírito de prata). O automóvel era feito de forma artesanal, a qualidade impressionava e, em pouco tempo, a grande procura fez com que a fábrica fosse transferida para instalações maiores, em Derby. Os técnicos da empresa iam até as casas dos clientes para fazer inspeções periódicas em seus automóveis, já como demonstração de que se tratava de produto diferenciado.

Avião

Durante a 1ª Guerra Mundial, a Rolls-Royce fabricou motores aeronáuticos, retomando a produção de automóveis em 1919. Novos modelos foram apresentados, como o Silver Shadow (sombra de prata) e o Phantom, que substituiu definitivamente o Silver Ghost. O último modelo produzido pela Rolls-Royce antes da 2ª Guerra Mundial foi o Wraith, de 1938: era uma evolução do 25/30 HP e tinha entre-eixos alongado e suspensão dianteira independente.

Com o fim do conflito, a empresa retomou a produção, em 1946, nas novas instalações de Crewe. O primeiro modelo apresentado foi o Silver Wraith (espectro de prata), equipado com motor de 4.257 cm³ de cilindrada e freios hidráulicos nas rodas dianteiras. As carrocerias eram feitas por encarroçadores independentes. Em 1951, a Rolls-Royce equipou o modelo com motor de 4.566 cm³ de cilindrada. A partir de 1952, passou a produzir o Silver Wraith apenas na versão com o chassi alongado, que, em 1954, ganhou motor de 4.887 cm³. De 1946 a 1959, foram produzidas 1.883 unidades e, depois, o modelo foi substituído pelo Rolls-Royce Phantom.

Doação da rainha?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também desfilou de Rolls-Royce Silver Wraith na cerimônia de sua segunda posse, porém em um modelo conversível. Cada vez que o imponente Rolls-Royce 1953 da Presidência da República aparece na mídia, é quase certo vir acompanhado do comentário de que foi um presente da rainha Elizabeth II, ao nosso então presidente Getúlio Vargas. Não existe nenhum documento que comprove essa doação. Na verdade, foram encomendados quatro Rolls-Royce Silver Wraith à fábrica, no fim de 1952. Todos encarroçados pela empresa especializada HJ Mulliner, sendo um conversível, dois sedãs e uma limusine (sedã com maior entre-eixos). O conversível foi para a Presidência da República e os outros três para empresários brasileiros. Entre os boatos que começaram a circular na época, o de que o conversível foi uma doação pode ter sido gerado para evitar o constrangimento da aquisição de um veículo tão caro (o Rolls custava seis vezes mais do que um Chevrolet) pelo governo brasileiro.

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Presidente da Codemig denunciado por contrabando de diamante

Presidente da Codemig, Oswaldo Borges da Costa, será julgado por Fausto De Sanctis por contrabando e evasão de divisas    

A Polícia Federal prendeu 11 pessoas acusadas de envolvimento em um esquema internacional de contrabando de diamantes, parte deles extraídos do rio Grande. Entre os presos está o empresário Alcione Máximo Queiroz, de Frutal (MG).

Foram apreendidas 90 pedras preciosas avaliadas em R$ 1 milhão, incluindo diamantes, parte proveniente do Grande. No total, os policiais cumpriram 31 mandados de busca e apreensão no País. Na região, a PF cumpriu mandados nas residências de João de Deus Braga e Antônio Marques Silva, o Marquinhos, donos de áreas no Grande usadas para extração de diamantes, do ex-vereador em Frutal Élio Salvo Borem, o Jararaca, e em uma empresa de joias de Rio Preto - os policiais não informaram os objetos apreendidos nesses locais. Em Franca (SP), a PF apreendeu cinco veículos, incluindo caminhonetes de luxo.

Segundo o delegado da PF, Edson Geraldo de Souza, o garimpo do rio Grande era um dos três maiores fornecedores de diamantes para o esquema, revelado com exclusividade pelo Diário da região em série de reportagens publicadas em dezembro de 2003.

Os dois outros garimpos, localizados em território mineiro, ficam em Diamantina e Coromandel. Um dos compradores dos diamantes encontrados no garimpo era Queiroz, que revendia para Isalto Donizette Ferreira, de Franca (SP), líder do esquema e preso ontem durante a operação, batizada de Quilate. Entre os detidos está um israelense, que segundo a PF era um dos maiores compradores de diamantes do grupo para revenda em Tel Aviv, conhecido mercado de pedras preciosas em Israel.

O dinheiro decorrente das transações - cujos valores não foram revelados pela PF - era repatriado por meio de operações de câmbio ilegais, principalmente o dólar-cabo, pelo qual o doleiro recebe o dinheiro do esquema em uma conta bancária no exterior e deposita quantia equivalente na conta dos contrabandistas no Brasil, sem o pagamento de impostos. As prisões são preventivas (com duração indeterminada), e foram decretadas pela 2ª Vara da Justiça Federal de Franca.

Os envolvidos, conforme a PF, serão indiciados por formação de quadrilha, contrabando, receptação, crime contra o sistema financeiro nacional e usurpação de bens minerais pertencentes à União. Somadas, as penas podem atingir 30 anos de prisão. Além de Frutal, seis foram detidos em Franca, três em Uberlândia (MG) e um em São Paulo. Todos os presos foram encaminhados ontem à carceragem da PF em Ribeirão Preto, e hoje devem ser transferidos para o Centro de Detenção Provisória (CDP) da cidade. A operação mobilizou 140 agentes da Polícia Federal.

Outro lado - A reportagem não localizou ontem os advogados de Queiroz, Jararaca, Marquinhos e Ferreira para falar sobre o caso. Braga não quis se pronunciar sobre a operação policial.

Diário revelou esquema

O esquema de contrabando de diamantes do garimpo do rio Grande para o exterior, um dos alvos da Operação Quilate, foi revelado pelo Diário em dezembro de 2003. No auge da atividade no Grande, entre o fim dos anos 90 e início desta década, o garimpo movimentou cerca de US$ 150 milhões na compra, venda e remessa ilegal das pedras preciosas para a Europa e Ásia.

O garimpo começou em 1997, quando Antônio Marques Silva, o Marquinhos, e João de Deus Braga conseguiram do governo federal uma autorização precária para explorar diamantes no Grande com a finalidade de pesquisa científica. Em pouco tempo o rio nas divisas de São Paulo e Minas Gerais recebeu uma enxurrada de garimpeiros do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Até o pai do deputado federal Nárcio Rodrigues (PSDB-MG) chegou a ter balsa no local. Nárcio chegou a fazer lobby no Ibama em 2002 para regularizar o garimpo.

Foram encontradas no rio pedras avaliadas em até US$ 1,3 milhão - um diamante rosa, comprado pela Giacampos Diamond Ltda e revendido ao exterior por US$ 10 milhões. Outro diamante, de R$ 1,8 milhão, foi comprado por Oswaldo Borges, cunhado do ex-governador mineiro Aécio Neves, segundo um dos donos da área, Vicente Paulo do Couto.

Um dos que comandavam o negócio era Isalto Donizette Ferreira, de Franca, preso na Operação Quilate. Ele adquiria boa parte das pedras encontradas no rio Grande e revendia clandestinamente para o exterior. Em entrevista ao Diário em 2003, Ferreira admitiu o negócio ilegal. “Compro alguma coisinha”, disse na época.

O “olheiro” de Ferreira em Frutal era Alcione Máximo Queiroz, também preso ontem. Depois de sucessivas blitze da Polícia Federal e da Polícia Ambiental, o garimpo no rio Grande foi praticamente desativado no fim do ano passado.

Nota do Novojornal:

O governo de Minas e Codemig recusaram-se a comentar o fato. O juiz Fausto De Sanctis informa: “Não comenta matéria sob segredo de Justiça”.
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Os Amigos do Presidente Lula: "Dono do jato "AeroAécio" foi aparelhado na presidência de estatal do governo de Minas"
Depois que repararam que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) anda em carro Land Rover da frota de carros de luxo de sua rádio, caiu na boca do povo que ele voa no jato prefixo PT-GAF (foto), avaliado em R$ 24 milhões.

A assessoria de imprensa do senador tucano explicou que o "Aeroaécio" pertence à empresa de táxi aéreo da família do banqueiro Gilberto de Andrade Faria, ex-dono do Banco Bandeirantes, padrasto de Aécio por cerca de 25 anos e falecido há 2. E que a aeronave é utilizada eventualmente, sem custos, por familiares.

O jato compõe a frota da empresa Banjet Táxi Aéreo Ltda.

Os donos da Banjet são Clemente de Faria (filho do ex-banqueiro) e Oswaldo Borges da Costa Filho.
Até aí é esquisito, mas ainda é problema particular.

A coisa complica quando o então governador Aécio nomeou um dos donos da Banjet, Oswaldo Borges da Costa Filho, para a presidência de uma estatal mineira: a CODEMIG (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais).
Para piorar, a CODEMIG atua também junto a mineradoras, e Oswaldo Borges da Costa Filho foi empresário de mineração: diretor-presidente da Companhia Mineradora do Pirocloro de Araxá, e diretor-presidente da Companhia Mineradora de Minas Gerais.
Tem muita coisa errada por aí... onde o governo tucano de Minas parece viver, não numa república, mas numa côrte imperial, numa mistura de família com estado, com cargos e negócios para amigos, que emprestam bens, misturando o público com o privado.

Ex-presidente da OAS vai relatar propina para assessor de Aécio Neves



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/ex-presidente-da-oas-vai-relatar-propina-para-assessor-de-aecio-neves

Jornal GGN - Léo Pinheiro, sócio e ex-presidente da OAS, irá relatar que pagou propina para assessores de Aécio Neves (PSDB), senador e ex-governador de Minas Gerais, durante a construção da Cidade Administrativa, que foi a obra mais cara da gestão do tucano no governo mineiro. 
O relato do empreiteiro é parte do acordo de delação premiado de Pinheiro, que está sendo negociado com procuradores da Operação Lava Jato e que ainda não foi assinado. 
Léo Pinheiro diz que a OAS pagou 3% sobre o valor da obra para Oswaldo Borges da Costa Filho, um dos principais assessores do senador. Oswaldo é  aponta como tesoureiro informal de campanhas de Aécio entre 2002 e 2014. 
Inaugurada em 2010 para abrigar 20 mil funcionários públicos, a Cidade Administrativa foi orçada em R$ 949 milhões, mas seus custos chegaram a R$ 1,26 bilhão somente das obras de engenharia. Com mobiliário e outros itens, o gasto total alcança R$ 2,1 bilhões. 
 
O consórcio da cidade administrativa foi liderada pela Odebrecht, com 60% do valor do contrato. A OAS tinha 25,71% e a Queiroz Galvão, 14,25% do total.

Da Folha
 
O empreiteiro Léo Pinheiro, sócio e ex-presidente da OAS, vai relatar, com base em documentos, que pagou suborno a auxiliares do então governador de Minas Gerais, o hoje senador Aécio Neves (PSDB), durante a construção da Cidade Administrativa.
 
Trata-se da mais cara obra do tucano nos oito anos em que permaneceu à frente do Estado, entre 2003 e 2010.
O relato de Pinheiro sobre o centro administrativo, um complexo inaugurado em 2010 para abrigar 20 mil funcionários públicos, faz parte do acordo de delação premiada que está sendo negociado com procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba e Brasília. O acordo ainda não foi assinado.
Segundo Pinheiro, a OAS pagou 3% sobre o valor da obra a um dos principais auxiliares de Aécio, Oswaldo Borges da Costa Filho.
Conhecido como Oswaldinho, ele é apontado por tucanos e opositores como o tesoureiro informal de seguidas campanhas de Aécio, entre 2002 e 2014.
Aécio nega com veemência que tenha recebido qualquer recurso ilícito e que tenha havido irregularidades na obra —leia mais a respeito da nota enviada pelo senador mineiro a seguir.
Ele não comentou, no entanto, os relatos de que Oswaldo teria sido seu tesoureiro informal.
Estimada em R$ 500 milhões, a obra da Cidade Administrativa foi orçada em R$ 949 milhões, mas acabou custando R$ 1,26 bilhão, segundo documentos do governo de Minas obtidos pela Folha, mas que a atual administração, do PT, não comenta.
Esse foi o custo das obras de engenharia; com mobiliário e outros itens, o gasto total alcança R$ 2,1 bilhões, ainda de acordo com os dados obtidos pelaFolha.
Junto com Odebrecht e Queiroz Galvão, a OAS fez um dos três prédios do complexo, o Edifício Gerais. No consórcio, a Odebrecht era a líder, com 60% do valor do contrato. A OAS respondia por 25,71% e a Queiroz Galvão, por 14,25%.
Como a OAS recebeu R$ 102,1 milhões, os 3% da suposta propina seriam equivalentes a pouco mais de R$ 3 milhões.
O CONTATO
Oswaldo é contraparente de Aécio: ele é casado com uma filha do padrasto do senador, o banqueiro Gilberto Faria (1922-2008). Tanto tucanos como opositores em Minas contam que o auxiliar atuou como tesoureiro informal das campanhas de Aécio para o governo de Minas, para o Senado e para a Presidência.
Após vencer a eleição para o governo em 2002, o tucano colocou-o para presidir a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, uma empresa pública dona de mineradoras, hotéis e fontes de água mineral.
Foi essa empresa, chamada Codemig, que fez a licitação em 2007 e cuidou da obra da Cidade Administrativa, o que foi considerado incomum, já que Oswaldo teve papel na arrecadação da primeira campanha de Aécio ao governo mineiro.
A família de Oswaldo também é proprietária de uma empresa de táxi-aéreo que é dona de um jatinho Learjet que foi usado por Aécio.
Ele tem uma coleção de carros raros, entre os quais um Rolls-Royce que Aécio costumava usar quando era governador. A joia da coleção, no entanto, é um Bugatti 1938.
Léo Pinheiro relatou a investigadores da Lava Jato que tem provas do caminho que o dinheiro percorreu até chegar ao assessor do tucano.
A LISTA
Oswaldo também é citado numa lista da Odebrecht na qual aparecem 316 políticos que teriam recebido propina, segundo a Polícia Federal. Ao lado do nome dele, aparece o nome de um diretor da Odebrecht em Minas e a mensagem de que o grupo viabilizaria uma doação de R$ 15 milhões para "Mineirinho", codinome que a PF está investigando para saber quem é.
A anotação é de setembro de 2014, quando Aécio disputava a eleição presidencial que foi vencida por Dilma Rousseff (PT).
A OBRA
Os primeiros esboços da Cidade Administrativa foram apresentados por Oscar Niemeyer em 2004, mas a obra só foi iniciada em 2007.
O complexo causou polêmica porque deslocou um contingente de 30 mil pessoas (20 mil funcionários e 10 mil visitantes) para uma área que fica a 20 quilômetros do centro de Belo Horizonte.
Inaugurado em 2010, o lugar é repleto de superlativos, de acordo com a propaganda do governo mineiro à época da inauguração. A obra foi anunciada como o maior prédio em construção na América naquela época, com o maior vão-livre do mundo.
Quatro inquéritos foram abertos para apurar possíveis irregularidades na obra. Um deles investiga se houve conluio entre as nove empreiteiras que fizeram a obra.
A assessoria de Aécio nega que tenha havido irregularidades nesse processo.
O Ministério Público não soube informar o estágio atual das investigações ou se alguma das apurações já foi encerrada.
OUTRO LADO
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse em nota à Folha que desconhece os relatos feitos pelo empresário Léo Pinheiro sobre suposta propina em sua administração e que considera as declarações "falsas e absurdas".
A nota afirma que acusações como essas precisam de provas, "sob o risco de servirem apenas a interesses outros que não os da verdade".
O senador afirma estranhar o que chama de vazamento "deste trecho" da delação de Pinheiro, da OAS, que o cita como beneficiário de propina.
Segundo nota enviada pela assessoria de imprensa do senador, as obras da Cidade Administrativa foram contratadas por R$ 948 milhões em 2007 e tiveram custo final de R$ 1,26 bilhão, em 2010.
Entre as razões do aumento está a construção de um túnel que não estava previsto no projeto inicial e que demandou uma nova licitação.
O comunicado aponta que os aditivos firmados na construção da Cidade Administrativa mineira "corresponderam a 10% do valor inicial, percentual inferior aos 25% autorizados pela Lei 8.666 para obras públicas".
A assessoria de Aécio reitera que "a obra foi conduzida com absoluta transparência e controle da sociedade", inclusive com aprovação de órgãos de controle do Estado.
A nota afirma ainda que, antes da abertura da licitação, os editais foram submetidos a avaliação prévia do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado.
"Todas as especificações técnicas do projeto tiveram acompanhamento e monitoramento da empresa de auditoria externa, atestando e assinando juntamente com a gerência da obra", diz a nota divulgada.
Sobre a OAS, a assessoria do senador diz que a empreiteira apresentou um pedido de revisão nos valores a serem pagos quando a Cidade Administrativa foi finalizada, o que foi negado pela empresa que administrava a obra.
Segundo a assessoria de Aécio, a participação da OAS na obra foi de cerca de R$ 50 milhões, metade do valor obtido pela Folha. A decisão de dividir a construção em três lotes se deu para "baratear os custos de execução e abrir espaço para participação de mais empresas", de acordo com a assessoria.
Sobre o avião utilizado pelo senador, a assessoria afirma que a aeronave não pertencia a Oswaldo Borges, mas à família dele.
Questionada a respeito do uso do Rolls-Royce do empresário, a nota diz que Borges é "reconhecido colecionador de carros" e emprestou veículos de seu acervo para a posse dos governadores Aécio Neves e Antonio Anastasia, ambos do PSDB.
A assessoria de imprensa de Aécio não quis se pronunciar sobre os relatos de Borges ter atuado como "tesoureiro informal" das campanhas do tucano.
Procurado, o empresário Oswaldo Borges da Costa Filho não atendeu as ligações nem ligou de volta para a reportagem. A Folha pediu ajuda à assessoria de Aécio para contatá-lo, sem sucesso.