quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Em noite de ode a CR7, Arbeloa brilha, e Real sela classificação com goleada

Mesmo com expulsão de Sergio Ramos, merengues passam com facilidade sobre o Galatasaray com direito a gol do lateral-direito. Bale 'imita' Cristiano Ronaldo em falta

Por GLOBOESPORTE.COMMadri

Cristiano Ronaldo desfalcou o Real Madrid nesta quarta-feira, mas todas homenagens direcionadas a ele pareceram ter inspirado os seus companheiros rumo às oitavas de final da Liga dos Campeões. Com direito a grande atuação do nada candidato a herói Álvaro Arbeloa, os comandados de Carlo Ancelotti golearam o Galatasaray, por 4 a 1, no Santiago Bernabéu, pela quinta rodada do Grupo B, e carimbaram a classificação antecipada com estilo.

Os merengues esperavam maior dificuldade. Especialmente depois da expulsão justa e precoce de Sergio Ramos, aos 18 minutos do primeiro tempo. O galês Gareth Bale, em cobrança de falta com a categoria que lhe é peculiar (e semelhante a de Cristiano Ronaldo), abriu o placar para os donos da casa. Bulut chegou a empatar, mas Arbeloa, Di María - em assistência do lateral-direito - e Isco selaram o triunfo. 


Arbeloa gol Real Madrid contra Olympiakos Liga dos Campeões (Foto: AP) 
Arbeloa, acredite, foi o cara do Real Madrid na vitória 
sobre o Galatasaray (Foto: AP)
 
Tudo aconteceu diante dos olhos do craque português, que assistiu à partida das tribunas e se empolgou principalmente com as mais de 45 mil máscaras espalhadas pelas arquibancada. Torcedores ainda prepararam um bandeirão em que pedia para que ele levasse a Bola de Ouro de 2013 para casa. Com 67 gols no ano, é possível que Cristiano Ronaldo volte a atuar no fim de semana depois de se ausentar por conta de uma leve lesão muscular.

O resultado garante também a primeira colocação da chave ao Real Madrid. O que, em tese, deverá render um oponente mais fácil na próxima fase. A equipe soma 13 pontos, contra seis do Juventus, quatro do Galatasaray e outros quatro do Copenhague.

Os italianos, antes em apuros, precisam agora de um empate com os turcos na derradeira rodada, em Istambul, para se garantirem. Tudo porque, também nesta quarta, eles conheceram sua primeira vitória no torneio ao superarem os dinamarqueses, pro 3 a 1, em casa. O volante chileno Arturo Vidal marcou todos os gols, enquanto Mellberg descontou.


torcida Real Madrid bandeirão jogo Olympiakos  (Foto: EFE) 
Bandeirão da torcida do Real pede para Cristiano 
Ronaldo faturar a Bola de Ouro (Foto: EFE)

Um Cristiano Ronaldo para quase todos

Depois de longo inverno, Cristiano Ronaldo não estava ali no gramado do Santiago Bernabéu vestindo o uniforme branco para mais uma batalha do Real Madrid. O grande momento do craque português obviamente o coloca como enorme ausência qualquer seja o confronto, mas bastava olhar para o lado e perceber que, na verdade, havia Cristianos Ronaldos para todos os gostos


torcida do Real Madrid com cartaz e máscara do Cristiano Ronaldo (Foto: Reuters)Torcida prestou diversas homenagens ao camisa 7 (Foto: Reuters)
 
Foi um show à parte da torcida merengue. Uma homenagem a quem eles acreditam ser merecedor da Bola de Ouro 2013, prêmio da Fifa em conjunto com a France Football para o melhor jogador do ano. Autor de 67 gols desde janeiro, o camisa 7 esteve espalhado pelas arquibancadas, sejam nas 45 mil máscaras, papéis com o seu número erguido ou até mesmo com um bandeirão que fazia o trocadilho com o seu nome.

- Obrigado aos torcedores pelo grande apoio. Eu gostaria de estar lá ajudando o meu time - agradeceu o luso através das redes sociais.

Bastou a bola rolar, no entanto, para a equipe de Carlo Ancelotti mostrar que não é o mesmo sem Ronaldo. Mais previsível e sem uma referência - o jovem Jesé parecia perdido -, o Real só criou uma grande chance até marcar o seu gol, aos 36 minutos. Ela veio logo aos três, com Gareth Bale: o galês foi lançado por Isco, invadiu a área, mas concluiu para fora. O homem de € 100 milhões preferiu caprichar um pouco depois na cobrança de falta que enganou o goleiro Iscan. Aos 42, perdeu a oportunidade de anotar o seu segundo, mas concluiu por cima.

Àquela altura o Real já jogava com um a menos, já que Sérgio Ramos foi expulso aos 26 por puxar Bulut quando invadia a área sozinho para marcar. Sem o zagueiro, o atacante do Galatasaray encontrou o espaço que precisava aos 37 e completou linda assistência de Drogba para empatar.


Casemiro gol Real Madrid contra Olympiakos Liga dos Campeões (Foto: Reuters) 
Titular, Casemiro voa na comemoração do gol de 
Gareth Bale (Foto: Reuters)

Arbeloa, o melhor em campo

Álvaro Arbeloa talvez fosse o menor candidato a herói da noite. Preso num esquema que favorecia os contra-ataques por conta da inferioridade numérica, o lateral-direito não mais do que mediano tecnicamente conseguiu ir à forra em pouco tempo. Aos seis, apareceu como um centroavante por trás da defesa e completou cruzamento de Di María para desempatar - marcando pela primeira vez desde novembro de 2010. Depois, aos 18, devolveu a gentileza com assistência para o argentino.

O resto era festa. Mas enfim o Galatasaray resolveu se coçar. O italiano Roberto Mancini pôs Sneijder para tentar arrancar um empate que pudesse lhe dar alguma vantagem na última rodada em confronto direto contra o Juventus. Casillas, aos 25, evitou gol certo de Drogba praticando linda defesa.

Parecia que os turcos reagiriam - mas não. Em contra-ataque puxado por Arbeloa, vejam só, o Real chegou ao seu quarto gol. Isco driblou o primeiro marcador e resolveu arriscar. Deu sorte, voltou a ficar com a bola e só teve o trabalho de limpar Ínan antes de finalizar com calma: 4 a 1 e parada definida.


Di Maria gol Real Madrid contra Olympiakos Liga dos Campeões (Foto: AP) 
Argentino Di María fez o terceiro dos donos da casa 
(Foto: AP)

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/liga-dos-campeoes/noticia/2013/11/em-noite-de-ode-cr7-arbeloa-brilha-e-real-sela-classificacao-com-goleada.html

Jorginho vê Ponte perto da queda, mas sonha com título sul-americano

Treinador da Macaca reconhece dificuldade para sair da degola no Campeonato Brasileiro e quer premiar torcida com Copa Sul-Americana

Por Campinas

Ao mesmo tempo que está com o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro praticamente decretado, a Ponte Preta está a apenas três jogos de conquistar o primeiro título de expressão de seus 113 anos de história. Nesta quarta-feira, a Macaca enfrenta o São Paulo pelo jogo de volta da semifinal da Copa Sul-Americana, depois de ter vencido por 3 a 1 no Morumbi, na primeira partida do mata-mata. O treinador Jorginho reconhece que só um milagre evita a queda do clube de Campinas, mas mostra otimismo para conseguir o título da competição continental e diz que o clube precisa saber separar as duas campanhas.


- Os jogadores estão muito concentrados sabendo que é a oportunidade da vida deles - garantiu.

A partida desta quarta-feira, entre Ponte Preta e São Paulo, será disputada em Mogi Mirim, às 21h50m (de Brasília). Quem passa enfrenta o vencedor de Libertad e Lanús.


Jorginho sonha com o título da Copa Sul-Americana para a Ponte Preta (Foto: Reprodução / SporTV.com) 
Jorginho sonha com o título da Copa Sul-Americana 
para a Ponte Preta (Foto: Reprodução / SporTV.com) 
Confira as declarações de Jorginho para o "SporTV
News":

REBAIXAMENTO
- É muito provável que aconteça porque as nossas possibilidades são extremamente mínimas. Teríamos que ganhar bem os dois jogos, torcer para Fluminense, Vasco, muitas equipes não ganharem seus jogos e ainda perderem de goleada. Então é muito difícil. É possivel, mas as chances sao muito pequenas.


PRIORIDADE
- A gente vem vivendo esses extremos desde que cheguei. Não dá para ficar pensando no que aconteceu no Brasileiro. Temos que focar, mesmo porque é uma história de 113 anos sem titulo. Então todos os jogadores e a comissão técnica sabem a importancia que tem.


DECIDIR EM MOGI
- Me chateou pela situação da nossa torcida, porque é um momento histórico para nós. Tem senhores de 70, 80 anos, que nunca viram semifinal de campeonato aqui;. Seria uma oportunidade. Não sabemos se vamos passar, queremos passar, então, para eles, pelo menos participar seria uma história para o Majestoso e, infelizmente, não teremos essa oportunidade.


OTIMISMO
- Conseguimos uma vantagem razoável para este jogo, mas sabemos que nosso oponente é muito forte e que temos que entrar com todo o coração para conquistarmos nossa credencial para a final.

 
FONTE:
  http://sportv.globo.com/site/programas/sportv-news/noticia/2013/11/jorginho-ve-ponte-perto-da-queda-mas-sonha-com-titulo-sul-americano.html


Bayern bate CSKA na neve e quebra recorde de vitórias na Champions

Já classificados para as oitavas de final, bávaros encaram temperatura negativa, fazem 3 a 1 na equipe russa e chegam ao décimo triunfo consecutivo na competição

Por GLOBOESPORTE.COMKhimki, Rússia

A nevasca que caiu na Arena Khimki nesta quarta-feira não foi suficiente para atrapalhar o Bayern de Munique contra o CSKA de Moscou. Jogando fora de casa e numa temperatura de -7ºC, o time bávaro derrotou os russos por 3 a 1, se manteve na liderança do Grupo D da Liga dos Campeões e, de quebra, chegou a 10 triunfos consecutivos na competição, novo recorde do torneio. 

O resultado levou o Bayern a 15 pontos em cinco jogos, mantendo os 100% de aproveitamento na Champions. Em segundo lugar vem o Manchester City, que encara o Viktoria Plzen ainda nesta quarta e soma nove pontos. O CSKA, por sua vez, é o terceiro colocado com três pontos e torce por uma derrota dos tchecos para garantir vaga na Liga Europa.
Thomas Muller comemoração gol do Bayern de Munique contra o CSKA (Foto: AFP) 
Jogadores do Bayern comemoram o primeiro gol da 
equipe, marcado por Robben (Foto: AFP)

O Bayern, aliás, pode assegurar ainda nesta quarta a primeira colocação da chave, desde que o City não vença o Viktoria. Caso contrário, os bávaros recebem os Citizens na última rodada, marcada para o dia 10 de dezembro, para definir o vencedor da chave, com a vantagem do empate. 

EFICIÊNCIA ALEMÃ

Com o Bayern já classificado, Pep Guardiola decidiu testar uma nova formação na equipe. Abriu mão de um atacante de origem e colocou Götze, Müller e Robben para se revezarem no comando ofensivo dos bávaros. No banco, deixou jovens promessas, como Weiser, Hojbjerg e Green. No CSKA, Vitinho ficou como opção entre os reservas e entrou aos 44 minutos do segundo tempo, sem tempo para fazer a diferença. 

Robben gol Bayern de Munique contra CSKA (Foto: AP) 
Bola na rede: Akinfeev não consegue segurar o 
chute de Robbenno primeiro gol do Bayern de 
Munique no confronto (Foto: AP)

A expectativa era de que Götze assumisse o papel de falso nove no ataque, mas, na prática, foi diferente. O ex-jogador do Borussia Dortmund atuou mais recuado, articulando o jogo ao lado de Kroos, enquanto Müller e Robben ocupavam uma posição mais avançada. Foi numa jogada da dupla, aliás, que o Bayern abriu o placar. 

Aos 17 minutos, em saída errada do CSKA, Kroos fez o desarme e lançou Müller na esquerda. O camisa 25 cruzou rasteiro para a área, e Robben apareceu livre para bater de primeira, superar Akinfeev e colocar os bávaros na frente. 

Curiosamente, esta foi a única finalização do Bayern no primeiro tempo. No restante da etapa, os bávaros se limitaram a tocar a bola e controlar o jogo. O CSKA chutou cinco vezes a gol, mas isso não significou maior volume ofensivo: os russos careciam de velocidade e criatividade. Na melhorar chance, Musa recebeu ótimo passe de calcanhar de Honda, invadiu a área, mas chutou fraco para defesa de Neuer. 

torcida CSKA sem camisa jogo Bayern de Munique (Foto: AP) 
Frio para quem? Torcedores do CSKA ficam sem 
camisa durante jogo contra o Bayern (Foto: AP)
CSKA TENTA REAGIR, MAS BAYERN DEFINE O JOGO

No segundo tempo, porém, o CSKA voltou diferente, com mais intensidade. Entretanto, Honda não acompanhou o time. O japonês desperdiçou duas ótimas chances nos cinco minutos iniciais. Primeiro, recebeu livre na área, demorou para decidir o que fazer e perdeu a bola para Neur. Depois, errou a finalização após cruzamento rasteiro de Nababkin. 

O Bayern, como no primeiro tempo, foi bem mais eficiente. Ainda num ritmo mais comedido, o time germânico ampliou o placar aos 10 minutos, em pintura de Götze. O meia recebeu na intermediária, avançou até a área passando por três adversários e chutou de canhota: 2 a 0 para os visitantes. 

Valente, o CSKA ainda tentou reagir. Aos 15 minutos, Dante colocou a mão na bola após chute de Tosic, e o árbitro marcou pênalti, que Honda converteu. Entretanto, logo depois veio o balde de água fria. Depois de chute na trave de Götze, Robben foi derrubado por Schennikov na área. Penalidade que Müller não desperdiçou, garantindo o triunfo do Bayern.
Dante jogo Bayern de Munique contra CSKA (Foto: AP) 
Dante disputa a bola com Honda (Foto: AP)

FONTE:

Sem dor, Ronaldinho confirma chance de voltar a campo ainda no Brasileirão

Após voltar aos treinos com o grupo, craque atleticano comemora rápida recuperação da lesão na coxa: 'Agora é a parte boa, voltar a jogar e a treinar com o grupo'

Por Belo Horizonte

De volta aos treinos com o restante do grupo do Atlético-MG, Ronaldinho Gaúcho confirmou nesta quarta-feira a sua expectativa de retornar aos campos ainda no Campeonato Brasileiro. Após sua primeira atividade ao lado do elenco em dois meses (assista ao vídeo ao lado), o craque revelou que não sentiu qualquer dor e disse que existe a chance de jogar já no sábado, contra o Fluminense, no Maracanã, porém o mais provável é que ele dispute alguns minutos da partida diante do Vitória, na última rodada do Brasileirão, no dia 8.

- Se eu não voltar nesse fim de semana, acredito que na última rodada dê para jogar - afirmou.

ROnaldinho gaucho atlético-mg treino (Foto: Bruno Cantini / Flickr do Atlético-MG) 
Ronaldinho mostrou desenvoltura no primeiro treino 
com bola após a lesão (Foto: Bruno Cantini / Flickr 
do Atlético-MG)

O jogador demonstrou sua felicidade com a rápida recuperação da lesão na coxa esquerda sofrida há dois meses. No entanto, o camisa 10 assegurou que não ficou surpreso com o seu retorno antes do prazo inicialmente previsto pelos médicos.

- A minha recuperação não me espanta, porque eu nunca tive lesão dessa forma. Não estou sentindo nenhum incômodo, sem dor nem nada, graças a Deus venho me sentindo a cada dia melhor. Agora é a parte boa, voltar a jogar, voltar a treinar com o grupo.

A minha recuperação não me espanta, porque eu nunca tive lesão dessa forma. Não estou sentindo nenhum incômodo, sem dor nem nada, graças a Deus venho me sentindo a cada dia melhor
Ronaldinho
 
A três semanas da estreia do Atlético no Mundial de Clubes, Ronaldinho esbanja confiança, mas prega paciência e avisa que vai voltar aos poucos ao convívio com o restante do elenco. A equipe disputa a semifinal da competição no Marrocos no dia 18 de dezembro, contra Monterrey (México), Raja Casablanca (Marrocos) e Auckland City (Nova Zelândia).

- Hoje (quarta) foi mais um treino muito bom, vamos ver como vou acordar amanhã (quinta). Vou passo a passo, dia a dia, são mais três semanas de preparação. Até o Mundial não me preocupa, porque falta bastante tempo até os jogos. Agora é ganhar ritmo de jogo nos treinos.

Bem-humorado durante a entrevista coletiva que concedeu depois do treino, Ronaldinho brincou ao ser perguntado do que mais sentiu saudade ao longo dois meses em que ficou fora das atividades com o restante dos companheiros.

- De vocês (jornalistas), não muito. Estou brincando, não tenho nada a reclamar. Senti saudade de tudo, das coisas do cotidiano. Quando você está lesionado, não tem como fazer. Fico feliz por estar voltando à rotina.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2013/11/sem-dor-ronaldinho-confirma-chance-de-voltar-campo-ainda-no-brasileirao.html

CEO do COL indica que acidente não ameaça a abertura da Copa em SP

Obras estão paralisadas e voltam na próxima segunda-feira. Fifa busca mais informações e, em comunicado, garante que segurança é prioridade

Por São paulo

O CEO do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL), Ricardo Trade, indicou que a Arena Corinthians não corre o risco de perder a partida de abertura do Mundial. Em entrevista à agência “Reuters” após a tragédia desta quarta-feira que resultou em duas mortes no estádio, ele disse também que por enquanto não tem como avaliar se o acidente causará atraso nas obras.


- Não tem nada a ver uma coisa com a outra. É impossível fazer qualquer previsão neste momento de que isso (acidente) vai atrasar alguma coisa. De qualquer maneira, a gente não pode pensar que, se atrasar três meses, o estádio vai estar fora da Copa do Mundo - disse Trade à "Reuters", por telefone, ao ser perguntado se o estádio poderia perder a partida de abertura da Copa.

Acidente estádio corinthians itaquerão (Foto: Sérgio Quintella / Agência estado) 
Fifa se pronuncia sobre acidente que resultou em 
mortes no estádio da Copa (Foto: Sérgio Quintella / 
Agência estado)


As obras estão paralisadas e retornam na próxima na segunda-feira. Apesar de o prazo final para a Fifa receber os estádios prontos ser até dezembro de 2013, ele garantiu que há tempo suficiente para a conclusão da arena a tempo para o Mundial.

Poucos minutos antes, a Fifa e o COL emitiram um comunicado oficial na tarde desta quarta-feira sobre o acidente na Arena Corinthians. As entidades que organizam o Mundial evitaram entrar em detalhes, já que pretendem primeiro levantar mais informações sobre a tragédia, mas afirmaram que a segurança é de alta prioridade e enviaram suas condolências às famílias dos trabalhadores que morreram no local.

- A segurança dos trabalhadores é de alta prioritária para a FIFA, para o COL e para o Governo Federal. Sabemos que a segurança de todos os trabalhadores tem sido sempre de suma importância para todas as construtoras encarregadas da construção dos 12 estádios da Copa do Mundo da FIFA 2014. As autoridades locais irão investigar os motivos que levaram a este trágico acidente – diz o comunicado das duas entidades.


Acidente na Arena Corinthians (Foto: Gerson Mendes Faria) 
Acidente na Arena Corinthians não muda os planos 
para a abertura da Copa, diz CEO do COL(Foto: 
Gerson Mendes Faria)

O acidente
Três estruturas metálicas da Arena Corinthians caíram na parte traseira do estádio em construção, causando a morte de duas pessoas. As estruturas foram atingidas por um guindaste que estava colocando a última treliça, de 500 toneladas, sobre o prédio leste. O painel de LED que fica na parte externa do local também foi danificado. O estádio teria de ser entregue até o fim deste ano.

O chefe do Corpo de Bombeiros, Major Mauro Lopes, em entrevista à Rádio Jovem Pan, havia anunciado a morte de três pessoas, mas, posteriormente, corrigiu, afirmando que foram dois mortos: o motorista de um caminhão e o operador do guindaste. Segundo a Polícia Militar, ainda há mais uma pessoa presa nas ferragens. O acidente ocorreu por volta da hora do almoço e por isso o local tinha um fluxo menor de operários.

Veja o comunicado na íntegra
"A FIFA e o Comitê Organizador Local lamentam, com grande tristeza, as mortes dos trabalhadores no local da Arena do Corinthians, em São Paulo.  Queremos enviar nossas sinceras condolências às famílias dos trabalhadores que morreram tragicamente hoje.
A segurança dos trabalhadores é de alta prioritária para a FIFA, para o COL e para o Governo Federal. Sabemos que a segurança de todos os trabalhadores tem sido sempre de suma importância para todas as construtoras encarregadas da construção dos 12 estádios da Copa do Mundo da FIFA 2014. As autoridades locais irão investigar os motivos que levaram a este trágico acidente.
Por favor, entenda que não estamos na posição de fazer comentários adicionais, já que estamos esperando por mais detalhes. Assim que a FIFA e o COL receberem mais informações, enviaremos uma atualização".

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2013/11/fifa-diz-que-busca-mais-informacoes-e-afirma-que-seguranca-e-sua-prioridade.html

Mundo perde a Enciclopédia da bola: morre o alvinegro Nilton Santos

Bicampeão mundial pela Seleção, ídolo do Botafogo, maior lateral-esquerdo de todos os tempos e amigo de Garrincha perde luta contra mal de Alzheimer

Por Rio de Janeiro

Fazia frio naquela noite de 8 de junho de 1958 em Uddevalla, cidadezinha na Suécia. Ali, no estádio Rimnersvallen, o Brasil estreava na Copa do Mundo contra a então perigosa Áustria. A Seleção vencia por um 1 a 0, gol de Mazzola. O jogo não estava nada fácil. Aos seis minutos do segundo tempo, um lance mudaria a partida e, de certa forma, contribuiria para uma nova ordem do futebol mundial. O time austríaco tentava atacar pelo lado direito. A bola foi lançada para o ponta Horak. Nilton Santos, o lateral-esquerdo brasileiro, à época já com 33 anos, se antecipou. Tomou-lhe a bola e se lançou ao ataque.

- Volta, Nilton! - berrava o técnico Vicente Feola, preocupadíssimo com o contra-ataque.
Como todo craque que se preza, Nilton Santos desobedeceu às ordens do treinador. Voltar, nada. Seguiu na arrancada, incomum aos laterais, na época meros marcadores. Tabelou com Mazzola e, na área, tal como um atacante extraclasse, tocou com categoria por cima do goleiro: era o segundo gol brasileiro na vitória por 3 a 0 (assista ao vídeo acima). Ali começava o caminho do primeiro título brasileiro. Ali começava uma nova forma de se atacar. Ali o mundo começava a conhecer, de fato, o maior lateral-esquerdo de todos os tempos. Nada menos que a Enciclopédia do Futebol, como era carinhosamente chamado Nilton Santos, bicampeão mundial pelo Brasil, tantas vezes campeão pelo Botafogo, único clube em que atuou e hoje chora, com todo o Brasil, a sua morte, aos 88 anos, após infecção pulmonar e longa luta contra o mal de Alzheimer. O ex-jogador estava internado desde sábado à noite na Fundação Bela Lopes, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, com complicações respiratórias.

Ao ser informado do falecimento, o presidente Maurício Assumpção imediatamente ordenou que a bandeira alvinegra fosse colocada a meio mastro na sede de General Severiano. O ex-jogador deve ser velado no salão nobre da sede, na Zona Sul do Rio. O clube emitiu uma nota oficial de lamento pela morte.

São muitas as histórias emblemáticas de Nilton dos Santos, nascido a 16 de maio de 1925 na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Se em 1958 o craque mostrou que lateral podia atacar e até se aventurar a fazer gols - marcou 11 como profissional em toda a carreira, um número alto para a época -, no bicampeonato mundial de 1962 fez da malandragem uma arma poderosíssima para salvar o Brasil. Nilton Santos era Enciclopédia até para consertar o próprio erro.

Foi no jogo contra a Espanha, em Viña del Mar, no Chile, em 6 de junho (assista ao vídeo acima. A Seleção perdia por 1 a 0 e estava desnorteada quando o lateral derrubou na área o ponta Enrique Collar. Era pênalti. Mas o árbitro estava distante do lance e não percebeu os dois passos à frente de Nilton logo após ter feito a falta. E esses passos o deixavam fora da área. Foi o suficiente para o chileno Sérgio Bustamante marcar falta. O Brasil acabou vencendo por 2 a 1 e caminhou rumo ao bicampeonato mundial.

Bastariam essas duas histórias para Nilton Santos entrar para a história do futebol. Mas Nilton Santos fez muito, muito mais. Era tão bom e perfeito com a bola nos pés que ganhou o apelido de Enciclopédia. De fato, sabia tudo de bola. Que o digam os torcedores do Botafogo, beneficiados pela exclusividade de vibrar com as jogadas do maior lateral de todos os tempos - é oficial, a Fifa reconheceu em 2000.

Alto (1,84m), habilidoso (ambidestro), veloz, clássico, elegante, forte. Nilton já era assim desde moleque, tanto no futebol de praia quanto no Flexeiras, onde chegou com 14 anos após experiência no remo, que lhe dera mais força física. E foi assim que se fez no Botafogo, onde chegou com 23 anos após ter se destacado no time do Exército - era o único soldato em meio a tenentes e capitães.

Santo baile de Garrincha
Ao assinar contrato em branco com o clube, se  tornou o maior soldado em preto e branco: é o recordista de jogos (718 partidas), ganhou o Rio-São Paulo de 1962 e 1964 e foi campeão carioca em 1954, 1957, 1961 e 1962. No bicampeonato estadual, formava o timaço-base da Seleção bicampeã mundial, com Didi, Zagallo, Amarildo... E Mané Garrincha.

"Naquele tempo, lateral que passasse do meio do campo era considerado maluco."
Nilton Santos, sobre o gol na Copa de 1958
 
Aliás, Garrincha e o ex-lateral estavam sempre ligados por causos curiosos. Nilton Santos era Enciclopédia até para levar um baile. Foi o que aconteceu no primeiro treino do Mané no clube alvinegro. O jogador das pernas tortas nem tomou conhecimento do astro botafoguense.

- Ele me deu um baile. Pedi que o contratassem e o pusessem entre os titulares. Eu não queria enfrentá-lo de novo - disse certa vez, às gargalhadas, o maior fã da Alegria do Povo, como passou a ser chamado Mané.
Mosaico Nilton Santos 620 (Foto: Editoria de Arte) 
Com a camisa alvinegra, Nilton Santos mostrou classe com a bola nos pés. Recebeu o carinho da família, de técnicos como Joel Santana. E posou aos pés do Cristo Redentor. Na seleção brasileira, com Pelé & Cia., foi bicampeão mundial nas Copas de 1958 e 1962 e foi pioneiro como lateral ofensivo (Foto: Editoria de Arte)
 
E o bom olheiro Nilton Santos era Enciclopédia também para contar histórias. Fala mansa, sempre bem-humorado, se divertia tanto com os causos de Garrincha quanto com os duelos com o maior rival, o Flamengo.

- O pessoal da imprensa instigava o Manga. E amanhã, Manga, como é que vai ser? Sim, já peguei meu bicho adiantado (...) E a torcida do Flamengo ficava louca. Porque normalmente a gente ganhava. Nosso time era bom: Garrincha, Didi, Paulo Valentim, Quarentinha e Zagallo. E ainda tinha de fora o China. Tinha o Amarildo. Tinha um montão de gente.

Pelo sol
As histórias de Nilton Santos estão entre as mais saborosas do futebol desde sua estreia pelo Botafogo, em 1948, em amistoso contra o América Mineiro. Poucos sabem, mas foi Zezé Moreira que, nos treinos, descobriu ser a lateral esquerda a posição certa de Nilton Santos, e não o ataque, onde jogava nas peladas, ou a zaga, onde chegou a se pensar em lançá-lo. Afinal, tinha bom porte, era seguro na marcação, se posicionava bem, se antecipava aos atacantes com facilidade.
"Tu, em campo, parecias tantos, e no entanto, que encanto!"
Eras um só, Nilton Santos"
Armando Nogueira, em poema para o ídolo
 
Ambidestro desde os tempos que ia de arquibancada assistir aos treinos de Zizinho, seu ídolo, e participar das peladas na praia, Nilton Santos acabou assumindo a posição diante da falta de bons canhotos na época. E gostava de dizer que marcava os atacantes pelo sol... Olhava pela sombra do adversário e tinha ali a referência do posicionamento correto para marcá-lo.

Os companheiros brincavam que, em dias nublados, Nilton Santos não teria muito o que fazer. O correto, no entanto, é que o jogador era completo em qualquer situação. Foi assim que se tornou ídolo alvinegro. Para muitos, o maior de todos, não só por ter atuado mais vezes pelo clube como também pelo fato de a camisa gloriosa ter sido a única que vestiu além da amarelinha da Seleção.

Quatro Copas
Na Seleção, Nilton Santos participou de quatro Copas do Mundo. Na tragédia de 1950, foi preterido pelo técnico Flávio Costa e sequer entrou em campo. Quatro anos depois, estava Nilton Santos na Suíça como titular, vestindo a camisa 3. A primeira partida em Mundiais foi na goleada por 5 a 0 sobre o México. O lateral ainda atuou no empate por 1 a 1 com a Iugoslávia e na derrota por 4 a 2 para a Hungria, quando o Brasil sucumbiu diante de Puskas & Cia.

O brasileiro conhece Garrincha da Seleção. O que eu o vi fazer pelo Botafogo por esse mundo afora é um negócio de louco"
Nilton Santos, sobre o "compadre"
 
Os dois fiascos em Copas deram experiência para o lateral, em 1958 e 1962, ser decisivo. Priimeiro com a camisa 12 e depois com a 6, foi dono da posição e atuou nas 12 partidas da campanha do bicampeonato mundial. Nas 75 partidas oficiais e 10 não oficiais pela Seleção, marcou dois gols e ganhou outros títulos, como o Sul-Americano de 1949, quando fez sua estreia. 

Depois que parou de jogar, Nilton Santos escreveu o livro "Minha bola, minha vida", contando sua trajetória. Recebeu inúmeras homenagens do Botafogo, numa relação de amor poucas vezes vista entre clube e jogador. E ainda contribuiu para o título carioca de 1989, quebrando jejum de 21 anos.

"Preleção" em 1989
 Já aposentado, o eterno ídolo alvinegro foi convidado a participar da preleção no vestiário do Maracanã na final contra o Flamengo. Lá, usou da "psicologia" e a boa e velha superstição para injetar confiança nos jogadores. Lembrou dos tempos vitoriosos contra o rival nos anos 1960.

Quando perguntado sobre quem gostaria que estivesse ali, não pensou duas vezes:

- O Mané. Mas eu já rezei pra ele, e ele vai nos ajudar - disse o Enciclopédia.
Resultado final: Botafogo campeão ao vencer por 1 a 0, gol de Maurício usando a camisa 7 eternizada por Garrincha.

Esse e muitos outros causos com o compadre Garrincha fazem parte do arquivo de memórias do eterno craque. Celebrado por ídolos como Jairzinho, Paulo Cezar, Marinho Chagas, Garrincha, Didi, Zagallo e Junior e jornalistas como Armando Nogueira (assista ao vídeo acima com um conto), João Saldanha, Sandro Moreyra, João Máximo, Marcos de Castro e tantos outros, a Enciclopédia estará sempre na cabeceira dos que amam o futebol.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2013/11/mundo-perde-maior-enciclopedia-da-bola-morre-o-alvinegro-nilton-santos.html

Por planejamento, Corinthians já se arma para apresentar Mano Menezes

Com Tite próximo de despedida, Timão mira montagem do elenco para 2014. Novo técnico deve ser apresentado no CT Joaquim Grava ainda em dezembro

Por São Paulo

Mano Menezes jogo Flamengo contra o Cruzeiro (Foto: Paulo Fonseca / Ag. Estado)Mano Menezes deixou o Flamengo em setembro (Foto: Paulo Fonseca / Ag. Estado)
 
A diretoria do Corinthians ainda não anunciou que Mano Menezes será o técnico da equipe em 2014, mas nos bastidores os cartolas já se mobilizam para apresentá-lo como sucessor de Tite no cargo ainda neste ano. Sem pretensões no Campeonato Brasileiro, o Timão cumprirá tabela contra Internacional (neste sábado, dia 30, no Pacaembu) e Náutico (dia 8 de dezembro, na Arena Pernambuco). A ideia é que o novo treinador seja integrado ao grupo o quanto antes.
 
Atualmente de férias com a família em Cuba, Mano Menezes deverá ser apresentado no CT Joaquim Grava ao final do Brasileirão. O clube do Parque São Jorge estuda, inclusive, antecipar a partida contra o Náutico, já que o resultado do confronto não terá qualquer influência direta na tabela de classificação. Enquanto o Timão está na zona intermediária, sem possibilidades de cair ou ir à Libertadores, os pernambucanos já estão rebaixados.
 
A remontagem do elenco começará imediatamente após o fim do campeonato. A intenção é fechar o grupo o quanto antes, para adquirir entrosamento já para o Paulistão, que começa em janeiro. No momento, o foco do Corinthians é contratar ao menos um atacante e um lateral-esquerdo de qualidade. As posições são vistas como as mais carentes no atual elenco.

A chegada de Mano Menezes deve causar diversos efeitos no grupo. Caso o clube não receba uma oferta considerada irrecusável, o atacante Alexandre Pato deverá ganhar mais espaço com o novo comandante. O caminho para jogadores mais experientes, como Danilo e Emerson Sheik, parece mesmo ser o de saída. Outros, contratados mais recentemente, como Diego Macedo e Rodriguinho, serão mais aproveitados. 

Após o retorno ao Brasil, Mano deverá se encontrar com o presidente Mário Gobbi e os responsáveis pelo futebol do Corinthians para alinhar o planejamento para 2014. Sem vaga na Taça Libertadores da América, o Timão terá como principal atrativo a inauguração da Arena Corinthians, durante o Campeonato Paulista.

A estreia de Mano Menezes pelo Corinthians já tem data para acontecer: a equipe enfrentará a Portuguesa, no dia 19 de janeiro, pela primeira rodada do Paulistão, no estádio do Canindé. O retrospecto do técnico pelo Timão é bom: em 185 jogos, Mano conquistou 103 vitórias, 49 empates e 33 derrotas. Um aproveitamento de 64,5% dos pontos disputados em dois anos. 

FONTE:
ttp://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2013/11/por-planejamento-corinthians-ja-se-arma-para-apresentar-mano-menezes.html

Felipão 'entrega' lado mulherengo de Cristiano Ronaldo: 'Ele é danado'

Durante palestra em Santos, treinador da seleção brasileira comenta sobre vaidade de jogadores e defende atacante português de críticas por causa do comportamento

Por Bruno GutierrezSantos, SP

Luiz Felipe Scolari técnico Seleção brasileira palestra Santos (Foto: Bruno Gutierrez)Luiz Felipe Scolari defendeu Cristiano Ronaldo(Foto: Bruno Gutierrez)
 
O atacante português Cristiano Ronaldo sempre é alvo de críticas por causa de sua vaidade e seu comportamento em campo. Antigo comandante do gajo, o treinador da seleção brasileira Luiz Felipe Scolari defendeu o jogador.

Durante uma palestra em Santos, Felipão disse que tudo que falam contra o português é uma bobagem e teceu diversos elogios ao jogador do Real Madrid.
- Todo mundo fala uma grande bobagem que o Cristiano Ronaldo é isso ou aquilo. O Cristiano é o melhor cara do mundo para trabalhar. Ele está sempre pronto, sempre querendo mais, buscado fazer alguma coisa diferente. Sempre se prepara.

Foi com Scolari que Cristiano Ronaldo realizou sua estreia na seleção portuguesa, em 2003. Após quase seis anos de convívio com o astro, o técnico brasileiro revelou o lado mulherengo do atacante.

 - Reclamam porque ele põe gel... Ele que coloque gel, ele é bonito. Deixa ele ser bonito. Outra coisa, ele é danado. Passou na frente, ele pega. Tinhoso. Então, deixa. Criticam porque ele faz o gol e olha para o telão...Faça o gol! O jogador de futebol é vaidoso no modo de se vestir, nos cremes que usam, eles passam 20 minutos depois do banho passando creme nas pernas. Deixem eles.

Felipão também comentou sobre a vaidade dentro de um elenco de seleção. Segundo o treinador, algo deste tipo é quase nulo. Com bom humor, o técnico brincou que o difícil é trabalhar com jogadores menos habilidosos.


- A vaidade entre os jogadores não existe. Neste nível de seleção, quase nada. Eles também sabem que são 23 escolhidos entre 10 mil, 20 mil. Quando tem uma dificuldade, a gente conversa um pouco e encerra o assunto. Difícil é fazer o ruim entender que ele é ruim.

Cristiano Ronaldo Real Madrid Granada (Foto: AP) 
Cristiano Ronaldo: gel no cabelo e olhadas para o 
telão não incomodam Felipão (Foto: AP)


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/santos-e-regiao/noticia/2013/11/felipao-entrega-lado-mulherengo-de-cristiano-ronaldo-ele-e-danado.html

Em vantagem na semi, Ponte recebe o São Paulo, que se apega à fé

Após briga nos bastidores, jogo será realizado em Mogi Mirim. Podendo até perder por 2 a 0, Macaca desafia o Tricolor, que mantém esperanças

Por Mogi Mirim, SP

Montagem Rildo e Ganso (Foto: Editoria de arte) 
Rildo e Ganso são destaques de Ponte Preta e
São Paulo (montagem globoesporte.com)
 
De um lado, um clube com 113 anos de história que tenta confirmar sua vantagem para manter vivo o sonho do primeiro título de expressão. Do outro, uma equipe com currículo recheado, mas que precisa fazer valer o apelido de “clube da fé” para seguir na disputa. Com seus futuros praticamente definidos no Campeonato Brasileiro, Ponte Preta e São Paulo partem para o tudo ou nada na segunda semifinal da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira, a partir das 21h50m (horário de Brasília). O palco, após longa briga nos bastidores, será o estádio Romildo Gomes Ferreira, em Mogi Mirim - o Moisés Lucarelli, da Macaca, foi vetado pela Conmebol por pressão são-paulina.

A Ponte está praticamente rebaixada para a Série B no Brasileirão e busca se consolar com sua primeira final de torneio internacional e, quem sabe, com o título inédito. Graças à ótima vitória por 3 a 1 conquistada na última quarta-feira, no Morumbi, a equipe campineira entra em campo podendo perder até por 2 a 0. O São Paulo tem de vencer por três gols ou por dois desde que marque ao menos quatro.

Para o São Paulo, é a última chance de salvar um ano que foi repleto de problemas. A campanha foi ruim na Libertadores - eliminação nas oitavas de final. No Paulistão, o time caiu na semi. No Brasileiro, frequentou por muito tempo a zona de rebaixamento, mas conseguiu se salvar. Após trocar três vezes de técnico, a equipe se recuperou e, apesar da desvantagem, segue na briga pelo bicampeonato do torneio continental.

A partida será transmitida pela TV Globo apenas para o estado de São Paulo. Para o restante do país, a opção será acompanhar pelo SporTV 2. O GloboEsporte.com transmitirá o confronto em Tempo Real a partir das 19h30m.

Quem se classificar disputa o título com o vencedor da disputa entre Lanús, da Argentina, e Libertad, do Paraguai. Os argentinos venceram o jogo de ida, em Assunção, por 2 a 1. Agora, podem empatar em casa.

header as escalações 2
Ponte Preta: com Roberto recuperado de uma contratura muscular na perna direita, a tendência é que Jorginho, apesar de fechar o treino e não revelar a escalação, mande a campo o mesmo time de quarta-feira passada, no Morumbi, com Roberto, Artur, César, Diego Sacoman e Uendel; Baraka, Fellipe Bastos, Fernando Bob e Elias; Rildo e Leonardo.
São Paulo: Douglas ocupará a vaga que foi de Lucas Evangelista no primeiro jogo. Luis Fabiano, em má fase, permanece no banco. A escalação: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rodrigo Caio, Antônio Carlos e Reinaldo; Denilson, Maicon, Douglas e Paulo Henrique Ganso; Ademilson e Aloísio.
quem esta fora (Foto: arte esporte)Ponte Preta: Adrianinho, suspenso por cinco jogos devido à expulsão contra o Vélez Sarsfield, na Argentina, é o único desfalque. A Ponte já recorreu e entrou com pedido de efeito suspensivo, mas ainda não obteve resposta. As acusações são de ofensa moral ao árbitro e tentativa de agressão ao quarto árbitro.
São Paulo: Jadson (contratura muscular na coxa direita), Fabrício (contratura muscular na panturrilha esquerda), Mateus Caramelo (trauma na face), Roger Carvalho (aprimora a forma física) e Carleto (recuperação de cirurgia no joelho direito).

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-sul-americana/noticia/2013/11/em-vantagem-na-semi-ponte-recebe-o-sao-paulo-que-se-apega-fe.html

Achei! Kleber Pereira vira a casaca e torce por título inédito do Atlético-PR

Atacante confessa ser flamenguista, ressalta força da torcida, mas afirma que vai torcer para que o Furacão saia vitorioso na final da Copa do Brasil

Por São Luís

Kléber Pereira no Moto (Foto: Douglas Junior/O Estado) 
Kleber Pereira diz que o Flamengo é seu clube de
coração, mas na final da Copa do Brasil, a torcida
será pelo Furacão (Foto: Douglas Junior/O Estado)
 
Kleber Pereira, o Incendiário. Ídolo do Atlético-PR, responsável por 124 gols com a camisa do Furacão. Aos 38 anos, ele ainda atua como jogador profissional, só que num outro clube rubro-negro: o Moto Club, do Maranhão. Após três "aposentadorias" e retornos aos gramados, Kleber segue com o status de ídolo inabalável no Atlético-PR. Não é pra menos. Afinal de contas foi um dos responsáveis pelo título do Campeonato Brasileiro de 2001, até hoje a única conquista nacional da equipe paranaense.

Só que agora, passados 12 anos daquela conquista histórica, o Furacão pode ser novamente campeão de uma competição nacional, caso levante a taça da Copa do Brasil, que é inédita não só para o clube, como também para o estado do Paraná, que foi vice nos dois últimos anos com o Coritiba, quando foi derrotado por Vasco e Palmeiras respectivamente. Para que este objetivo se torne realidade, os torcedores poderão contar com o empenho dos jogadores em campo, além do apoio do eterno goleador, que promete virar a casaca na segunda e decisiva partida da final contra o Flamengo, seu clube de coração, nesta quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), no Maracanã. Deixando de lado a torcida pelo clube carioca, Kleber revela que o seu desejo é um novo título para o rubro-negro paranaense.

- Tomara que esses jogadores possam entrar na história, assim como eu em 2001. O Atlético-PR já jogou no Maracanã recentemente e conseguiu uma virada para vencer por 4 a 2. Acompanhei todos os jogos do Atlético-PR, que também está fazendo uma grande campanha no Campeonato Brasileiro. Vai ser difícil, mas sabemos que pode acontecer de tudo. É pela identificação que eu tenho pelo time e por ter amigos por lá, que estou na torcida.  Eu sou flamenguista, não vou mentir (risos). Mas tenho um carinho muito grande pelo Atlético-PR.

Mesmo sabendo da força da torcida do Flamengo, sobretudo quando joga no Maracanã, Kleber dá a receita para que o time de Wagner Mancini saia do Maracanã vitorioso.

- O Flamengo tem uma torcida que dá inveja a qualquer clube brasileiro. Esgotaram os ingressos para a final da Copa do Brasil. Independente disso, o Atlético-PR tem que esquecer a torcida. Tem que viver e sonhar com o título. Em 2001, a gente dormia e vivia o título. O Geninho nos fazia desejar o título como tudo na vida.

Mosaico Kleber Pereira (Foto: Montagem sobre fotos de Bruno Alves: Editoria de Arte) 
No Moto, Kleber Pereira segue a carreira e 'troca' 
o Flamengo, time do coração,  pelo Atlético-PR
(Foto: Montagem sobre fotos de Bruno Alves: 
Editoria de Arte)
 
O carinho de Kleber Pereira pelo Furacão começou em 1998. Até então, o jogador ainda era apenas mais um entre tantos atacantes no futebol brasileiro, com passagens pelo Náutico e pelo futebol suiço (Sion) antes da sua chegada ao Moto Club. Defendendo o Rubro-negro maranhense na Série C do Campeonato Brasileiro daquele ano, o atleta foi observado por dirigentes do Atlético-PR, que não pensaram duas vezes na hora contratar o atacante.

- Eu fui para o Moto em 1998. Numa partida contra o Cori-Sabbá, no Estádio Nhozinho Santos, acabei marcando um gol.  Coincidência ou não, os dirigentes do Atlético-PR estavam no jogo, pois a Seleção Brasileira ia jogar em São Luís, contra a Iugoslávia. Depois do jogo, já no vestiário, me informaram do interesse deles e praticamente ficou tudo acertado ali mesmo. Em dezembro assinei contrato com o Furacão - lembra o atacante, que foi o artilheiro da Série C de 1998, com 25 gols marcados.

O início no Furacão Apesar de todos os detalhes acertados, a transferência de Kleber para o time paranaense ficou emperrada por conta de um atraso salarial do Moto com o atacante. Após a situação ser resolvida, Kleber finalmente seguiu para Curitiba.
No Rubro-negro paranaense, Kleber, então com 24 anos, também contou com a sorte. Inicialmente, ele integrou o time B do Furacão, mas em pouco tempo ganhou uma chance entre os profissionais. O resultado não demorou a aparecer. Logo na primeira temporada na equipe principal, Kleber marcou 18 gols no Campeonato Brasileiro.

- Quando cheguei no Atlético-PR dei um pouco de sorte também. Eles estavam jogando a Copa do Brasil e eu fui integrar o time que disputava a Copa Sul. Assim que o clube saiu da Copa do Brasil, após a eliminação para o Botafogo, fui para o time profissional, por conta da minha boa campanha no time que estava disputando o Regional (Copa Sul). Aquele time era muito bom, contava com Lucas, Kelly e o Adriano. Juntos formamos o quarteto mágico.

Kleber Pereira Atlético-PR 2000 (Foto: Valterci Santos / Agência estado) 
Kleber comemorou 18 gols em seu primeiro Brasileirão 
no Atlético-PR (Foto: Valterci Santos / Agência estado)
 
Os gols de Kleber Pereira foram fundamentais. Fora da briga pelo título nacional, o Atlético-PR foi campeão da seletiva para a Libertadores de 2000. Um título simbólico, mas que valeu ao clube a sua primeira participação na principal competição da América. Era o início do sucesso da parceria entre o Furacão e o atacante.

A conquista do Brasil
Apesar da boa campanha e o primeiro lugar no seu grupo, o Furacão acabou sendo eliminado nas oitavas-de-final da Libertadores de 2000 para o Atlético-MG. No entanto, o ano seguinte guardava grandes alegrias para o clube e seus torcedores. A temporada de 2001 começou com o título do Campeonato Paranaense, com Kleber Pereira sendo o artilheiro da competição, com 22 gols marcados. Na sequência veio a cereja do bolo, com a conquista do Campeonato Brasileiro. Até hoje, Kleber lembra a pressão que existia dentro do time, uma vez que o maior rival, o Coritiba, já tinha ganho o torneio em 1985. 

Na época saíram o Kelly e o Lucas, mas chegou o Alex Mineiro e outros jogadores. Ali vimos que tínhamos um time para ser campeão."
Kleber Pereira, sobre o título de 2001
 
- O título brasileiro foi importantíssimo. O Atlético-PR não tinha essa conquista, ao contrário do Coritiba. Na época saíram o Kelly e o Lucas, mas chegou o Alex Mineiro e outros jogadores. Ali vimos que tínhamos um time para ser campeão.

O ano de 2001 portanto seria fundamental para consagrar o Furacão e o elenco que contava com a dupla Kleber Pereira e Alex Mineiro no ataque. A confiança do atacante, que parecia ser predestinado a fazer sucesso no Atlético-PR, logo foi confirmada. Surpreendendo os prognósticos, o Furacão garantiu a vaga no mata-mata com a segunda melhor campanha da fase classificatória, ficando atrás apenas do São Caetano.

Nas quartas de final, vitória rubro-negra diante do São Paulo por 2 a 1, na Arena da Baixada. Na sequência foi a vez de eliminar o Fluminense na semifinal, jogando novamente em casa, por 3 a 2. Na grande final duas vitórias sobre o São Caetano por 4 a 2 e 1 a 0. O título acabou consagrando o elenco do clube, que tinha no ataque formado por Kleber Pereira e Alex Mineiro um dos seus principais trunfos.

- Não esperavam a gente fosse campeão, mas fomos chegando. Ninguém esperava que a final fosse Atlético-PR e São Caetano, o que foi até justo, pois foram as duas melhores equipes no geral. No mata-mata, a cada jogo a confiança foi aumentando. O Geninho nos chamou e disse que tínhamos que ser campeões por tudo que passamos. Tanto que ficamos na história do Atlético-PR. Foi um ano maravilhoso para todos nós.

Como em todo título, um jogo foi especial para Kleber Pereira. O atacante aponta a vitória por 6 a 3 diante do Bahia, onde marcou três gols, como a partida que ficou em sua memória
.
- A gente não lembra de todos os jogos. Mas teve um jogo contra o Bahia, que estava empatado por 3 a 3 e nos dez minutos finais garantimos a vitória por 6 a 3. Este resultado significou muito para o Campeonato Brasileiro - lembra o atacante. (veja o vídeo acima)

Além do título brasileiro, os quatro anos no Atlético-PR renderam a Kleber Pereira o reconhecimento da torcida e o interesse de vários outros clubes. Em 2002, ele deixou a Arena da Baixada para desembarcar no futebol mexicano, onde repetiria o sucesso. Em 2007, retornou ao Brasil para defender o Santos até 2008. Ele também teve passagens por Internacional e Vitória antes de retornar ao Moto em 2011, onde está atualmente.

Kleber Pereira - Moto Club (Foto: Douglas Junior/O Estado) 
Kleber Pereira ainda comemora gols no Moto e
quer jogo na Arena (Foto: Douglas Junior/O Estado)
 
'Último jogo' na Arena da Baixada
O atacante nunca escondeu o desejo de realizar uma despedida defendendo o Atlético-PR. Sonho este, que ainda não foi realizado. Ao mesmo tempo, o jogador lembra das novas responsabilidades que a vida lhe deu, como ser pai.

- Por tudo que eu passei por lá, por tudo que consegui, pela história do clube e pela minha história queria um jogo de despedida no Atlético-PR. Só para desfrutar a emoção de entrar na nova Arena da Baixada, que está sendo reformada. Seria um grande sonho. Mas agora não posso pensar só nisso, pois tenho minha família, minha filha. Tomara que possa acontecer.

Enquanto esse dia não chega, Kleber Pereira segue defendendo o Moto, que disputa a Copa Cidade de olho em uma vaga na Copa do Brasil de 2014. Para que este objetivo se torne realidade, o clube conta mais do que nunca com os gols  decisivos de Kleber Pereira.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/ma/noticia/2013/11/achei-kleber-pereira-vira-casaca-e-torce-por-titulo-inedito-do-atletico-pr.html

De protagonista a telespectador solitário, Andrade desabafa: ‘Fui traído’

No dia em que o Flamengo tem chance de ganhar outro título nacional, treinador relembra o hexa e decepção no ano seguinte: ‘Me deixaram sozinho’

Por Rio de Janeiro

Abraços múltiplos, efusivos. Tapinhas nas costas vindos de todos os lados. Andrade estava no berço esplêndido do Flamengo no fim da tarde do dia 6 de dezembro de 2009. Torcida, dirigentes e jogadores festejavam o êxito do auxiliar que, efetivado como treinador, tirou o time da zona intermediária da tabela e o levou a um título improvável de campeão brasileiro. O prêmio de melhor técnico do campeonato -  entregue no dia seguinte - sugeria e referendava o início de uma carreira promissora. Mas... 

Quase quatro anos depois, o Rubro-Negro novamente chega a uma decisão nacional. Quando Leandro Vuaden apitar o início da partida contra o Atlético-PR, em vez da adrenalina e da atmosfera do Maracanã, Andrade terá a companhia do buldogue Imperador – sim, uma homenagem ao atacante Adriano -, o sofá de casa na Barra da Tijuca e interrogações.

Do título ao desemprego não se passaram cinco meses. Tudo desmoronou e o treinador teve de lidar com uma sucessão de decepções. Ele cita que o título assoberbou jogadores – que já não se dispunham a treinar como antes -, dirigentes – que passaram a não consultá-los sobre dispensas e contratações – e o fez descobrir que havia boicote na própria comissão técnica. Brigas, intrigas e segredos que Andrade guarda daquele período.

- Fui traído. Sujeira – resumiu. 

Sem atacar o Flamengo (“A entidade não tem nada a ver com as pessoas”, diz), Andrade tenta recomeçar. Há uma proposta do São João da Barra, que disputa a Série B do Campeonato Carioca. Não será por vaidade que deixará de aceitar. A falta de um emprego o angustia e aperta as finanças - no momento, as contas são pagas com o trabalho de técnico do Fla-Master. 

- Ganho milzinho num jogo e quito o condomínio. Faço outra viagem e dá para pagar o plano de saúde. Tenho poupança ainda da época que joguei na Itália, mas quando não entra dinheiro, uma hora acaba – declarou o ex-jogador, que teve curtas passagens por Brasiliense, Paysandu e Boavista desde que deixou o Flamengo.

Confira a entrevista completa:

GloboEsporte.com: Nesta quarta, o Jayme pode repetir o enredo do auxiliar que acabou campeão. Sua experiência pode norteá-lo daqui para frente?

Andrade:  Ele tem em mim um exemplo do lado positivo e negativo, do que deve ou não fazer. Acontece com o Jayme mais ou menos como foi comigo. Eu e ele estávamos dentro do clube, nem precisamos de empresário para o acerto para ser técnico. Eu conhecia o grupo, fui campeão, dei sequência depois.  Só que, no meu caso, quando fui procurar empresário já não tinha mais as portas abertas, muitos times já tinham seus treinadores. De repente, no tempo em que fiquei trabalhando, posso não ter colocado alguns jogadores que eram deles. Isso cria uma antipatia

andrade ex-treinador do Flamengo chave do carro (Foto: Janir Júnior)Andrade durante a entrevista (Foto: Janir Júnior)
 
Havia pressão de empresários em escalações?

Não, até porque o tempo em que trabalhei no Flamengo não procurei saber de quem era o empresário de tal jogador. Nunca me preocupei em saber se era de fulano ou beltrano. Sempre escalei o que tinha de melhor.


Jayme está perto do título. Foi assim com você, mas a conquista do Brasileiro não evitou a sua demissão no ano seguinte...

No nosso país, tudo é possível, tudo pode acontecer. O título não é garantia de permanência, ainda mais no Flamengo. É um clube onde as coisas acontecem com muita euforia e oba-oba. Pela grandeza, as pessoas querem um técnico de seleção. O Flamengo vive muito isso. Acaba se deslumbrando um pouco, não tem muito aquela coisa de manter os pés no chão. Primeiro vem com o pezinho no chão por conta da dificuldade financeira para contratar e daqui a pouco é campeão da Copa do Brasil e começa a dar um salto maior do que as pernas. A gente sabe como acontece, não existe o meio-termo na Gávea.

Dar o salto maior do que as pernas foi um dos motivos para você ter ficado pelo meio do caminho?
Essa forma de agir acaba atropelando as pessoas e nem sempre aquela coisa grande dá certo. Vieram o Vanderlei, o Mano... Treinadores de ponta chegaram depois de mim e não deram certo.

Por que os treinadores mais renomados geralmente fracassam e os da casa conseguem mais resultados?
Acho que nós não disputamos espaço com jogador. Não temos essa pretensão de ser maior do que eles. Eu, como ex-jogador, sei que as estrelas são eles, que vão para campo e decidem os jogos. São as peças importantes e você está ali para dar suporte e passar sua experiência para eles. Não vou disputar página de jornal com ninguém.

Como você analisa essa final entre Flamengo e Atlético-PR?
No jogo de ida, o Flamengo jogou como se estivesse em casa, em momento algum se abalou. Foi um time equilibrado emocionalmente o tempo todo. Tem que ter esse equilíbrio no Rio também. A torcida vai empurrar e se o Flamengo sair de uma forma desorganizada perde o jogo. Tem que tomar iniciativa, sim, mas de forma inteligente e organizada.

De alguma forma, o jogo contra o Grêmio que decidiu o título brasileiro de 2009, no Maracanã, teve um pouco dessa desorganização? O Flamengo saiu atrás do placar e teve muita dificuldade para conseguir virar.

O time entrou com muita ansiedade. O Grêmio vinha como franco-atirador, o resultado era indiferente para eles e a nossa responsabilidade era imensa diante de 100 mil pessoas no estádio, mais 30 milhões acompanhando. Tínhamos um elenco de 18 jogadores, sem muita peça de troca. Era a conta do chá. Muitos torcedores não acreditavam em jogadores como Fierro, mas ele era importante para mim. Tinha o Toró, David Braz, Everton Silva, o Everton que está no Atlético-PR.

MOSAICO  690 - Andrade ex-treinador do Flamengo (Foto: Janir Júnior) 
(Fotos: Janir Júnior/GloboEsporte.com)

Como foi o intervalo daquele jogo, quando o time precisava fazer mais um gol e dava sinais de tensão?
Tomamos o gol no início, então, tínhamos tempo de reação para dar uma resposta. Seria diferente levar um gol faltando dez minutos, que muda tudo, mexe com o emocional. No vestiário, passei para eles que parecia que nós estávamos jogando para cumprir tabela e o Grêmio que disputava a final de campeonato. Disse que precisávamos de outra atitude senão passaríamos vergonha. Eles sentiram e voltaram com outra postura, tomando iniciativa, marcando pressão, e foi outro jogo no segundo tempo. O primeiro tempo foi horrível.

O Adriano tinha condições de jogo ou a bolha no pé ainda incomodava?
No jogo contra o Corinthians ele ficou fora por causa disso. Na rodada final ele estava bem, mas teve um outro jogo em que a bolha incomodava muito, e ele acabou com a chuteira e o meião cheios de sangue e disse para mim: “joguei porque era você”. Talvez se fosse outro treinador ele não teria jogado. 

Como foi ter o apoio do Adriano, que defendeu sua efetivação após a saída do Cuca?
Foi uma relação boa. Em alguns treinamentos sei que ele faltou pois não tinha condições físicas de comparecer. Esse problema extracampo era mais de diretoria do que meu. O meu trabalho começava a partir do momento em que ele chegava ao treino, aí a responsabilidade era minha. 

Foi difícil controlar um grupo que, além do Adriano, tinha Bruno, Pet?
Existia respeito entre a gente.  O Adriano no dia a dia é um cara simples, humilde e agregador. Os mais jovens gostavam dele. O Pet não gosta de concentração, mas eu disse que ele não estava na Sérvia. Nossa cultura é diferente, temos que concentrar. Ele dizia que não gostava, mas concentrava. Não tive problemas, cheguei a conversar duas vezes com Pet sobre parte tática, sempre me dei bem com ele. O Bruno era capitão do time, fazia a ligação entre mim e os jogadores. Nem sempre eu reunia o grupo todo. Pegava o Bruno, mais uns dois ou três e, por exemplo, explicava que tinha que concentrar dois dias antes, pois o jogo era importante. Bruno convencia o grupo. Tive um problema com ele antes de assumir, mas depois ficou zerado. Podia chegar e tirar ele de capitão, mas não era o caso. Ele sempre me ajudou, um cara tranquilo de lidar. O único que tive problema mais sério foi o Juan
.
Que tipo de problema?
Foi no jogo contra o Barueri. O mais chatinho era o Juan (risos). O Juan não gosta de ficar no banco, não gosta de ser substituído, não pode isso, não pode aquilo. Mas em compensação era o cara que mais gostava de treinar. Ele era ranzinza (risos). Ele estava mal no jogo. O time todo estava, mas ele estava num dia muito ruim. Aí eu o substitui e o Juan atravessou o campo em direção ao banco. Eu estava com o fone de ouvido, a torcida bem atrás do banco. Sabia que ele ia falar alguma coisa. Quando começou a chegar, virei de lado, mas percebi que ele falou algo, não sabia o quê. Ele tinha falado: “quer me ferrar?” (risos). Na verdade quem ia me ferrar do jeito que estava jogando era ele (risos). Ele deu azar porque sentou no banco, a torcida pegou no pé dele, pedindo respeito e perguntaram: “já chupou laranja com Zico?”. Mas perdemos esse jogo (2 a 0 Barueri) na véspera.

Por quê?
Na segunda-feira era aniversário do Léo Moura. Liberamos o pessoal para a festa e depois tinham que voltar para concentração. Como o Léo era aniversariante, deixamos ele dormir em casa. Mas houve um mal entendido, uma pessoa achou que ele teria que voltar no dia e ficou um clima horroroso. Quando chegou a véspera do jogo o ambiente era horrível, jogadores chateados, pois houve cobrança em excesso. O Léo Moura ficou p… Perdemos o jogo ali. Foi falta de comunicação. Mas a situação do Juan, assim que entrei no vestiário, ele pediu desculpa e logo me desarmou. Não tinha problema de relacionamento com ninguém. O maior problema era extracampo.

Excessos extracampo?
Noitada, né?! Churrasco, festa... Acaba o treino, eu vou para minha casa, não vou andar atrás dos caras.

Com o título brasileiro de 2009, você acha que os jogadores acharam que estavam acima do bem e do mal?
 Fizeram de tudo para me expor, revelaram o valor do meu salário. Ganhava R$ 160 mil. Tem quem receba R$ 500, R$ 600 mil e ninguém fala nada.
Andrade
 
 O título traz junto a vaidade. Não só de jogadores, mas dirigentes também. Era o meu sexto título brasileiro, eu não ia achar que era o cara. Eu conversava uma coisa e eles não queriam fazer no treinamento. Houve mudança de postura.

É prova de que um título não traz só coisa boa?
Traz coisa boa de momento. Mas para o ano seguinte começa a mudar. Foi o primeiro título da maioria. O sacrifício que o cara fazia antes já não quer fazer mais. As contratações foram equivocadas. Em 2009 me consultavam, depois não.


Quando você saiu já estava desgastado?
O desgaste aconteceu por pessoas que me apoiavam antes e depois mudaram de lado. Começaram a plantar notícia para me queimar. A renovação de contrato foi desgastante. Fizeram de tudo para me expor, revelaram o valor do meu salário. Ganhava R$ 160 mil. Tem quem receba R$ 500, R$ 600 mil e ninguém fala nada. Tinha acabado de ser campeão brasileiro! Veio outro técnico que nunca conquistou nada e recebia R$ 300 mil. Jogaram na imprensa para me queimar. Um ou outro falava que eu era mercenário.

De alguma fora se sentiu traído?
Sim, né? Fui traído, foi uma traição. Sujeira. (Andrade olha fixamente para baixo, pensa e, com a voz embargada, para de falar)

Você sentiu que gente da sua própria comissão vazava notícia ou só a direção?
Gente da minha própria comissão achou que ia assumir o cargo e se debandou para o outro lado. Me largaram sozinho.

Como foi lidar com uma decepção pessoal tão grande depois de um título expressivo?
Difícil, complicado. Começou a existir um movimento pela minha saída. A prioridade era a Libertadores. Aí eu perdi o Carioca e, mesmo chegando à final, fui demitido, com 76% de aproveitamento. E o time acabou passando para as oitavas de final da Libertadores. Coloquei o time na Libertadores e acho que teria o direito de terminar essa competição.

Como fica isso no seu íntimo, o Flamengo um clube que te proporcionou tanta alegria, mas que causou uma grande decepção?
De seis títulos brasileiros do Flamengo, eu participei de cinco. Nenhum jogador foi tão marcante assim num clube só. Tenho uma Libertadores e um Mundial. Separo a entidade das pessoas que ali passam. Não tenho mágoa do Flamengo. Fiquei chateado com as pessoas. Mas tenho o reconhecimento do torcedor, de estar na rua e ouvir parabéns pelo trabalho, até de torcedor de time adversário. Isso conforta. Não sou muito de guardar mágoa. Nada melhor do que o tempo.
 
Você tem algum vínculo com a atual diretoria?
Não. Conversei rapidamente com algumas pessoas, mas não tenho nenhuma intimidade. Nunca me procuraram para nada. Eu os procurei. Logo que saí do hospital, me coloquei à disposição para ajudar o clube como observador técnico. Mas não tive retorno.

Andrade Flamengo (Foto: Vipcomm)Andrade durante treino do Flamengo
(Foto: Vipcomm)
 
Qual a sua condição financeira atual? Você pode parar de trabalhar?
Só por um tempo, pois o dinheiro acaba. Tenho uma poupança de quando joguei na Itália. E também recebi o prêmio do Brasileiro. Dá para segurar um tempo. Mas onde só sai e não entra um dia vai acabar. Tenho minha casa e dois apartamentos que alugo. Mas um deles minha filha vai morar.

Há propostas?
Recebi algumas sondagens, me ligaram para ir para fora do país, depois o negócio esfriou. Tive uma proposta de Minas que foi muito baixa, outra da Série B do Rio. Continuo sem empresário. Procurei, mas não tive êxito.

Você acha que um dia voltará a treinar o Flamengo?
Não alimento isso. Quero voltar a trabalhar, pois eu preciso, seja em qualquer clube. Se acontecer de ser no Flamengo tudo bem. Mas acho que já dei minha pequena contribuição ao Flamengo (risos).

O Jayme disse que não consegue entender como um técnico que foi eleito o melhor do campeonato, com o título brasileiro, e não teve mais oportunidade em um time grande. Como você entende isso?
Minha saída do Flamengo foi muito desgastante. Me expuseram muito. Pela história que tenho no clube poderia ter sido preservado. Depois, trabalhei cinco meses no Brasiliense, cheguei lá o time estava praticamente morto. Era um time com jogadores rodados, mas que estava fisicamente mal. Apesar de ter caído, acho que ficou como o Andrade quase salvou o Brasiliense. Fui para Belém, no Paysandu, fiz três jogos para tentar chegar à Série B, mas acabamos não subindo. Depois fiz seis jogos pelo Boavista.
O Jayme também falou que vendo o que aconteceu com você não sabe se continua no ano que vem...
Agora é uma outra diretoria, não sei qual é a filosofia deles.

Você teria algum conselho para dar ao Jayme?
Arrumar um bom empresário. Naquele meu momento, seu eu tivesse um, estaria mais blindado.
Muito se fala de preconceito com técnico negro no Brasil. Isso existe?
Acho que é mais coincidência por ter pouco técnico negro. Agora, tem o Jayme e o Cristóvão na Série A.

Mas teve algum tipo de problema com isso?
Dentro do Flamengo, quando era treinador, ouvi algumas coisas, principalmente dos diretores da base, comentário como: “Ah, agora é Urubu Fla”, pois na época o Adílio era meu auxiliar. Foi quando assumi como interino. Mas passou. Deixei para lá, ignorei a situação. 

Apesar das semelhanças na trajetória, no caso do Jayme ele tem um elenco mais disciplinado e não precisa se preocupar em domar Adriano, Pet, Bruno... Facilita?
Eu tinha muita dor de cabeça fora de campo, né?! Ia para sala de imprensa e tinha que responder de Adriano, Bruno, Willians. É, ainda tinha o Willians de quebra (risos).

FONTE:

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2013/11/de-protagonista-telespectador-solitario-andrade-desabafa-fui-traido.html